A Alemanha está a mobilizar “várias centenas de polícias” para controlar as suas fronteiras após ter decidido suspender a livre circulação prevista no acordo europeu de Schengen, devido ao afluxo maciço de refugiados, indicou a polícia.
“Estamos a mobilizar várias centenas [de polícias]”, disse este domingo à tarde um porta-voz da polícia federal, citado pela agência de notícias francesa AFP, devendo o controlo ocorrer sobretudo na fronteira com a Áustria, por onde têm entrado dezenas de milhares de refugiados.
{relacionados}
Os controlos nas fronteiras começaram hoje pelas 17h30 locais (16h30 de Lisboa), ou seja, no momento em que o ministro do Interior, Thomas de Maizière, anunciava a medida em Berlim.
Contudo, às 19h30 locais (18h30 de Lisboa), um correspondente da AFP que se encontrava num dos grandes pontos de passagem entre a Alemanha e a Áustria não tinha ainda observado qualquer movimentação policial particular.
A polícia, por sua vez, precisou que se está a preparar para manter essa medida “por um longo período”, ao passo que Maizière a classificou como uma decisão provisória.
As forças de segurança advertiram que as pessoas que pretendem atravessar as fronteiras da Alemanha devem agora munir-se de bilhetes de identidade ou passaportes.
Berlim justificou esta decisão excepcional – que surge quando a Alemanha tinha, havia poucos dias, decidido franquear a entrada aos refugiados – com o enorme afluxo de migrantes.
A maioria entrou na Alemanha pela fronteira austríaca e encaminhou-se para Munique de comboio. Aquela grande cidade do sul do país fez soar os alarmes este fim de semana, quando atingiu o limite: refugiados viram-se obrigados a dormir ao relento e mesmo no chão, porque a capacidade de alojamento de emergência está praticamente esgotada.
Em duas semanas, 63 mil refugiados chegaram a Munique, segundo as autoridades locais.
Lusa