Os consumidores estão a reclamar mais e isso é visível pelo número de queixas apresentadas nos livros de reclamações. Só nos primeiros seis meses do ano foram registadas quase 140 mil, mais nove mil em relação a igual período do ano passado.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) foram as entidades com maior número de reclamações entre Janeiro e Junho de 2015, revelam os dados anunciados pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias.
A ASAE recebeu quase 73 mil reclamações, o que representa uma subida de 4% em relação ao ano passado, já a Anacom registou 24 564 reclamações, mas apresenta um valor abaixo das 31 285 reclamações verificadas na primeira metade de 2014. A maior subida cabe à Entidade Reguladora da Saúde ao registar um aumento de 67% face a igual período do ano passado, totalizando perto de 18 mil. Leonardo Mathias justificou este aumento com o facto da entidade passar a agregar as reclamações dos sectores privado e público.
Aviação alvo de queixas O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) foi a entidade a ocupar o segundo lugar do ranking em termos de maior crescimento de reclamações. Só nos primeiros seis meses do ano, o INAC viu aumentar em 59% o número de queixas para as 3406. O governante justificou este aumento com “atrasos de voo, bagagem e cancelamento”, o que “já reflecte as greves” no sector.
A Anacom, que regula o sector das comunicações electrónicas e serviços postais, recebeu mais de 24 mil reclamações na primeira metade do ano, 19 740 relativas a serviços de comunicações electrónicas (abaixo do verificado no semestre anterior) e 3491 reclamações referentes aos serviços postais (ligeiramente abaixo do registado em 2014).
O sector das comunicações é aquele em que se verifica o maior número de reclamações, prevalecendo como principais motivos os problemas com o contrato (6694), com equipamentos (3086), cancelamento de serviços (2562) e facturação (2416). Já nos serviços postais, o atendimento ao cliente é o motivo mais invocado (974), seguindo-se questões relacionadas com a falta de tentativa de entrega no domicílio (502) e o atraso na entrega (449).
No sector da electricidade e do gás natural, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) registou mais de seis mil reclamações, um aumento de 28% em relação ao período homólogo. Deste total, mais de cinco mil dizem respeito à electricidade. Problemas com facturação e qualidade dos serviços foram os principais motivos das reclamações.
Já no sector da água, a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) recebeu quase duas mil queixas, Também aqui a facturação e a leitura representam o maior alvo de descontentamento. No sector financeiro, o Banco de Portugal recebeu quase quatro mil reclamações, enquanto a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) registou pouco mais de mil queixas, destacando-se como principal motivo os deveres de informação (568).