Quem nos vai governar?


O debate Passos Coelho vs. António Costa já foi devidamente escrutinado. Um à defesa, outro ao ataque. Espero, para bem de Portugal e do interesse da campanha eleitoral, que este debate tenha reacendido a chama nos contendores e, sobretudo, no cidadão eleitor. O que está em jogo é muito para se poder olhar e passar…


O debate Passos Coelho vs. António Costa já foi devidamente escrutinado. Um à defesa, outro ao ataque. Espero, para bem de Portugal e do interesse da campanha eleitoral, que este debate tenha reacendido a chama nos contendores e, sobretudo, no cidadão eleitor. O que está em jogo é muito para se poder olhar e passar à frente com um simples encolher de ombros.

Há realmente muitas questões que merecem reflexão. As sondagens, que tanto têm sido valorizadas ou desvalorizadas, consoante as cores, apresentam-nos dados que creio não serão desmentidos nas urnas. Não se sabe quem ganha as eleições, mas sabe-se que PSD/CDS e PS, juntos, somam mais de 70 % da vontade do povo português. Quem é respeitador da vontade da maioria sabe que esta zona (direita/centro/esquerda) é a preferida dos eleitores portugueses neste momento. Ou seja, as franjas de protesto, quase todas situadas à esquerda do PS, não contam a não ser como isso mesmo: protesto. Sem significado eleitoral. Nada resolvem. Tanto mais que alianças de incidência governativa não estão previstas. 

Fazendo contas de outra maneira, teremos que toda a direita (PSD/CDS) soma 35 a 38% dos votos e que quem está contra o actual governo soma mais de 60% (do PS para a esquerda). Numa sondagem, curiosamente, mais de 70% dos interrogados estão contra o governo de Passos Coelho. Mas 35 % desses mesmos inquiridos estão dispostos a votar na coligação PÀF. Parece-me que há aqui algo que não bate certo. Ou nas contas ou na cabeça de alguns portugueses. Seria realmente algo absurdo se, por hipótese, a coligação Portugal À Frente ganhasse as eleições com, admitamos, 38 % dos votos e formasse governo para mais quatro anos. Claro que cairia na Assembleia à primeira votação. O que iria criar um problema de muito difícil solução. Mas também se sabe, por conhecimento de experiência feito, que, se ganhar o PS com idêntico score, logo surgirá uma ampla coligação (PSD, CDS, BE e PCP) para impedir este partido de governar. Resumindo: o nosso futuro encontra-se muito nebuloso. Quem fala em estabilidade não vai encontrar nenhuma.

Muito estranho num país cuja percentagem dita de esquerda chega aos 60%, mas pode ser estranhamente governado por um governo de direita. 
Masoquismo?

Escreve à sexta-feira

Quem nos vai governar?


O debate Passos Coelho vs. António Costa já foi devidamente escrutinado. Um à defesa, outro ao ataque. Espero, para bem de Portugal e do interesse da campanha eleitoral, que este debate tenha reacendido a chama nos contendores e, sobretudo, no cidadão eleitor. O que está em jogo é muito para se poder olhar e passar…


O debate Passos Coelho vs. António Costa já foi devidamente escrutinado. Um à defesa, outro ao ataque. Espero, para bem de Portugal e do interesse da campanha eleitoral, que este debate tenha reacendido a chama nos contendores e, sobretudo, no cidadão eleitor. O que está em jogo é muito para se poder olhar e passar à frente com um simples encolher de ombros.

Há realmente muitas questões que merecem reflexão. As sondagens, que tanto têm sido valorizadas ou desvalorizadas, consoante as cores, apresentam-nos dados que creio não serão desmentidos nas urnas. Não se sabe quem ganha as eleições, mas sabe-se que PSD/CDS e PS, juntos, somam mais de 70 % da vontade do povo português. Quem é respeitador da vontade da maioria sabe que esta zona (direita/centro/esquerda) é a preferida dos eleitores portugueses neste momento. Ou seja, as franjas de protesto, quase todas situadas à esquerda do PS, não contam a não ser como isso mesmo: protesto. Sem significado eleitoral. Nada resolvem. Tanto mais que alianças de incidência governativa não estão previstas. 

Fazendo contas de outra maneira, teremos que toda a direita (PSD/CDS) soma 35 a 38% dos votos e que quem está contra o actual governo soma mais de 60% (do PS para a esquerda). Numa sondagem, curiosamente, mais de 70% dos interrogados estão contra o governo de Passos Coelho. Mas 35 % desses mesmos inquiridos estão dispostos a votar na coligação PÀF. Parece-me que há aqui algo que não bate certo. Ou nas contas ou na cabeça de alguns portugueses. Seria realmente algo absurdo se, por hipótese, a coligação Portugal À Frente ganhasse as eleições com, admitamos, 38 % dos votos e formasse governo para mais quatro anos. Claro que cairia na Assembleia à primeira votação. O que iria criar um problema de muito difícil solução. Mas também se sabe, por conhecimento de experiência feito, que, se ganhar o PS com idêntico score, logo surgirá uma ampla coligação (PSD, CDS, BE e PCP) para impedir este partido de governar. Resumindo: o nosso futuro encontra-se muito nebuloso. Quem fala em estabilidade não vai encontrar nenhuma.

Muito estranho num país cuja percentagem dita de esquerda chega aos 60%, mas pode ser estranhamente governado por um governo de direita. 
Masoquismo?

Escreve à sexta-feira