A construção de um empreendimento turístico entre a Lagoa de Óbidos e a linha de costa do concelho está a preocupar a Quercus que teve conhecimento da situação através de denúnicas. O problema é que a construção do novo hotel "arrasou uma extensa área dunar e de floresta à orla costeira, desfigurando uma paisagem única de grande sensibilidade ambiental", alerta a Quercus, num comunicado enviado à imprensa. .
O projecto em causa (Falésias D'El Rey) prevê a construção de um hotel de cinco estrelas, um boutique hotel, 475 apartamentos, moradias de luxo, piscinas, campos de ténis e um campo de golfe com 18 buracos, aumentando ainda mais a carga urbanística sobre esta área do litoral.
A associação nacional de conservação da natureza critica o facto do empreendimento ter sido classificado como projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN), teve Declaração de Impacte Ambiental favorável condicionada em 2009, pelo então Secretário de Estado do Ambiente Humberto Rosa e foi licenciado pela Câmara Municipal de Óbidos, sem que tenham sido avaliados os impactes cumulativos com os outros empreendimentos, nomeadamente o Royal Óbidos, o último ainda em execução e que lhe está adjacente.
O estatuto dos projectos de Potencial Interesse Nacional, referem que os mesmos “possuam comprovada viabilidade económica e reconhecida idoneidade e credibilidade do respectivo promotor”, e que “sejam susceptíveis de adequada sustentabilidade ambiental e territorial”, o que neste caso não acontece, pode ler-se na nota da associação, que acrescenta que a obra se encontra precisamente numa área de protecção do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC Alcobaça – Mafra). Por isso, é entendimento da Quercus que não estão reunidas condições para que o projecto avance e pede às autoridades para que seja "de imediato" efectuada uma "fiscalização exaustiva".
A Quercus diz ainda que, mesmo que a obra não seja cocluída (até porque, salienta o cominicado, o dono da obra promotor ser uma empresa insolvente), o empreendimento vai deixar "um passivo ambiental" na região. Entretanto foi criada a Plataforma Defender o Bom Sucesso, movimento cívico para alerta dos impactes do projecto Falésias D'El Rey, com o qual a Quercus está solidária.
