Cartazes
No fim de Julho um cartaz com uma analogia infeliz, com o sol (o PS) a nascer por trás das nuvens (a coligação) foi alvo de uma quantidade de críticas tal que acabou retirado pelo partido. Mas a falta de jeito para outdoors estava longe de ficar por ali.
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Os seguintes pretendiam mostrar casos reais (desempregados, pensionistas), mas o primeiro tiro parou nos próprios pé do partido. A retratada era uma funcionária da Junta de Freguesia de Arroios que não só não estava desempregada (como dizia o cartaz), como não tinha autorizado que a sua imagem fosse usada.
Director de campanha
Um mês depois de ter tomado as funções de director de campanha, Ascenso Simões demite-se. A decisão foi tomada na sequência da “aselhice”, como lhe chamou António Costa, com os cartazes. O ónus acabou assumido por Ascenso, mas nessa altura as dúvidas, manifestadas mais ou menos publicamente, sobre o rumo da campanha socialista também já eram muitas.
“Quem é responsável por uma máquina deve assumir todas as falhas que ela demonstra, deve tirar ilações de tudo o que, publicamente, se reconhece como erro”, escreveu o socialista a justificar a decisão.
Presidenciais
É a eleição que se segue e trará consigo uma mudança de ciclo em Belém que leva a movimentações estratégicas dos partidos. Só que Costa atirou qualquer definição para depois das legislativas, esperando esvaziar o assunto. Não conseguiu. A falta de entusiasmo de parte do PS com Sampaio da Nóvoa – o candidato presidencial que já está na estrada e que o partido deu vários sinais de pretender apoiar – acabou por colocar no mapa presidencial Maria de Belém.
Um nome que colhe muitos apoios dentro do PS e que se preparava para dividir o partido. O assunto podia ficar por aqui mais um mês, a marinar, e já fazia ruído suficiente, mas Belém veio oficializar a intenção de se candidatar e a agitação foi ensurdecedora. Oanúncio apanhou Costa num directo televisivo.
Sócrates
Mais um impacto indirecto, mas avassalador. A saída do ex-primeiro-ministro socialista (de quem Costa foi N.º 2 no governo) da prisão de Évora para prisão domiciliária era esperada por esta altura e acabou por acontecer. Resultado: nos últimos dias, a cada declaração, Costa é sempre confrontado com o caso.
Repete a separação de águas entre a justiça e a política, mas Sócrates já deu sinal de não o querer fazer. E pode piorar, já que o ex-líder socialista se prepara para falar nos próximos dias.
País melhor
Foi no início do ano. Distante, mas presente nos ataques da coligação. Costa disse, perante uma plateia chinesa, que o país está hoje melhor do que em 2011. Um declaração desastrada que o persegue.