O Sindicato da Construção de Portugal denunciou esta sexta-feira más condições de trabalho numa empresa de Murça e criticou a “inércia total” da Autoridade para as Condições de Trabalho por “não ter meios” para ali se deslocar.
O presidente do sindicato, Albano Ribeiro, fala numa “situação de escravatura contemporânea” que alegadamente se está a passar na empresa Moura & Moreira, que tem como área de actuação a carpintaria e que está sediada na zona industrial de Murça, distrito de Vila Real.
“A situação dos trabalhadores é mesmo muito grave se não vejamos, os trabalhadores tem que levar água potável de casa, papel higiénico, não têm instalações sociais e a segurança não está acautelada”, salientou.
Acrescentou que são os cerca de uma dúzia de funcionários que ali trabalham que “têm que comprar os meios de proteção individuais” e sublinhou que a empresa deve ainda “dois subsídios de Natal e o subsídio de férias”.
Albano Ribeiro disse que depois das denúncias feitas pelos trabalhadores, o sindicato solicitou a intervenção Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT) de Vila Real com "caráter de urgência dada a gravidade da situação”.
“Primeiro foi-nos dito que o responsável máximo pela ACT local estava de férias e depois que não têm meios para se deslocar à respetiva empresa”, salientou.
Albano Ribeiro criticou a “inércia total” da ACT neste caso e sublinhou que vai pedir a intervenção do inspetor-geral da Autoridade.
Contactado pela agência Lusa, o responsável pela ACT local, José Pinto Fernandes, afirmou que a Autoridade vai à empresa averiguar a situação mal tenha condições para o fazer e acrescentou que esta entidade possui atualmente dois inspetores, um dos quais está de férias.
A Lusa tentou ainda obter uma reação da empresa, que está sobre um Processo Especial de Revitalização (PER), mas até ao momento ainda não obteve resposta.
Lusa