“O homem medíocre discute pessoas, o homem comum discute factos, o sábio discute ideias.” Provérbio chinês
O Estado português, ao abrigo da Constituição da República e da lei e através do órgão de soberania governo, no uso da sua função política e administrativa, atribuiu recentemente a Alexandre Patrício Gouveia a Medalha da Defesa Nacional de Primeira Classe. Esta distinção funda-se no trabalho de especial importância que este português tem vindo a desenvolver, nos últimos anos, enquanto principal impulsionador e presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota, projecto relevante para a recuperação, valorização e promoção quer da história militar portuguesa, quer dos valores associados à independência de Portugal, num dos períodos mais marcantes da nossa história colectiva enquanto povo e enquanto país.
Alexandre Patrício Gouveia, com a sua dedicação, competência e capacidade de decisão e de gerar consensos, tem conseguido, em articulação com algumas autarquias locais (Batalha, Fronteira e Borba) e com vários governos apoiados por vários partidos políticos (PSD, PS e CDS), transformar a Fundação Aljubarrota num dos principais instrumentos de valorização e recuperação da história militar portuguesa medieval, e também em importante instrumento de recuperação de territórios (com a sua consequente valorização territorial, urbanística, turística e cultural) de distritos de Portugal (Leiria, Portalegre e Évora). Portugueses e estrangeiros têm à sua disposição centros de interpretação e vários estudos de muita valia académica que podem visitar e consultar e que lhes permite compreender melhor uma parte relevante da história de Portugal.
Este projecto é um bom exemplo do que um mecenas principal (António Champalimaud), outros mecenas (várias empresas, privadas sobretudo), um visionário (Alexandre Patrício Gouveia), vários académicos de renome e governantes corajosos (sobretudo na área da defesa e da cultura, como Pedro Roseta, Augusto Santos Silva, Gabriela Canavilhas, Paulo Portas, Aguiar-Branco e outros) têm feito na defesa do interesse público, de Portugal e dos portugueses, ao apoiarem os objectivos fundacionais da Fundação Batalha de Aljubarrota. Este projecto é um exemplo do que uma iniciativa da sociedade pode fazer em colaboração com o Estado. Um projecto que recupera do passado valores que no presente nos ajudam a valorizar muita da nossa identidade. Valores como a coragem, a criatividade, o esforço e o sacrifício, e fazer tudo para garantir a nossa identidade como povo e como país. Com esta distinção, o Estado português foi justo. Sei que o distinguido recebeu esta medalha sentindo que não é apenas sua. É de todos os que com ele têm trabalhado. O Alexandre é uma das pessoas mais humildes, desprendidas, sinceras e amigas que conheci na vida. Com certeza que há mais portugueses como ele. Mas são uma minoria. Infelizmente. É muito boa pessoa, amigo do seu amigo, ama como poucos a sua família e o seu país. É uma personalidade da intervenção cívica e do voluntariado.
Vivendo nós um período da nossa história colectiva tão difícil e desafiante, exemplos como o dele são sempre bem-vindos. Porque ele é dos que estão sempre disponíveis para projectos e movimentos da sociedade civil, para pensar e apresentar propostas para melhorar o seu país. Que o seu exemplo seja reproduzido é o que desejo, porque pertence à classe dos que gostam de fazer bem ao seu país. Nunca me canso de dizer que o Alexandre Patrício Gouveia foge sempre a conversas, sempre que se fala ou opina ou discute sobre pessoas, mas que está sempre disponível, interessado e toma a iniciativa para discutir ideias e projectos. Isso diz muito do que ele é, como pessoa e como parceiro ideal para várias iniciativas. Portugal deve estimular parcerias entre a sociedade e o Estado que sejam úteis, façam sentido e não dêem despesa desnecessária, como aconteceu no passado. Faz todo o sentido que sobretudo os mais jovens conheçam e visitem todo o trabalho realizado pela Fundação Batalha de Aljubarrota.
Escreve à segunda-feira