Mais contas para pagar. É desta forma que a maioria das famílias portuguesas vê o início de mais um ano lectivo, uma vez que, na maior parte dos casos, este arranque escolar acaba por desequilibrar o orçamento mensal. Este ano está previsto um gasto maior em relação a 2014. De acordo com um estudo da Cetelem, as famílias esperam gastar cerca de 528 euros, mais 19 euros em relação ao ano anterior.
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A maioria dos inquiridos (29%) pensa despender entre 250 e 500 euros para preparar o início do ano lectivo, 19% estimam gastar até 250 euros e outros 14% pensam ficar entre os 500 e os 750 euros. De notar que, comparativamente com o ano passado, a percentagem de famílias a gastar menos de 250 euros aumentou substancialmente, dos 17% para os 26%. Há ainda 12% dos inquiridos a pensar gastar mais de 750 euros com a preparação do regresso às aulas, menos do que no ano passado (15%). Nestes gastos incluem-se vestuário, mensalidade escolar, material e outros itens necessários.
A par destas despesas, os pais estão a pensar disponibilizar 20 euros semanais para os filhos gastarem em alimentação, papelaria e outros gastos escolares – um aumento face ao ano anterior (em 2014 fixava-se em 17 euros).
Hipermercados As grandes superfícies continuam a ser os espaços eleitos pelos consumidores para fazer compras. Cerca de 85% pretendem fazê-las nos hipermercados, mas há quem prefira comprar pela internet (22%).
A verdade é que recorrer à reutilização de material e de livros escolares, e não comprar tudo o que os filhos pedem, são alguns dos truques utilizados cada vez mais pelos consumidores para fazerem face a estes gastos, que vêm penalizar ainda mais o já de si asfixiado orçamento familiar. “Tento não deixar tudo para a última hora, aproveitar ao máximo o material do ano lectivo anterior que ainda está bom e, acima de tudo, comprar ao gosto dos meus filhos, mas sem recorrer a modas, porque geralmente esse material é bem mais caro”, revela ao i Cristina Pereira.
Este não é um caso isolado e a maioria dos portugueses está mais contida na hora de comprar. Aproveitar as promoções dos hipermercados, das livrarias ou até mesmo das editoras é outra forma encontrada pelos pais para conseguirem comprar tudo a preços mais acessíveis.
Recorrer aos sites na internet das editoras e dos livros pode fazer toda a diferença no momento de pagar. Estes livros são exactamente iguais aos que poderia comprar numa loja física, mas as cadeias oferecem uma percentagem de desconto pela encomenda online, bem como outras condições favoráveis, nomeadamente portes gratuitos ou vales de desconto para compras futuras. A escolha é variada: a Wook, a Porto Editora, o Continente (descontos em cartão tanto nos manuais como no material escolar), a Leya e a Bertrand oferecem descontos nas compras feitas online e as “promoções” poderão ser ainda maiores em determinados materiais, como dicionários, livros de preparação para os testes, etc. Mas os preços reduzidos não se ficam por aqui. Os hipermercados também estão a fazer promoções ao material escolar nas suas páginas da internet.
Recorrer ao crédito Esta é uma das formas encontradas pelas famílias portuguesas para fazerem face a estes gastos habituais no início de cada ano lectivo. Aliás, de acordo com o estudo da Cetelem, face ao ano passado há mais consumidores a admitirem pagar as despesas do regresso às aulas recorrendo ao crédito. Em 2014, apenas 18% dos inquiridos ponderavam utilizar o cartão de crédito como forma de pagamento, percentagem que ascendeu agora aos 24%. Já o montante a utilizar diminuiu ligeiramente, tendo passado dos 274 para os 267 euros. Por outro lado, e tal como aconteceu em anos anteriores, há muitas famílias a optarem por usar os cartões de fidelidade para fazer compras, com mais de metade dos pais a admitirem que o vão fazer.
Mas não se esqueça de que essa escolha de recorrer ao crédito implica juros, tornando o material mais caro do que realmente é. Apesar de os créditos rápidos prometerem como vantagens a celeridade, a comodidade e a menor burocracia, implicam sempre juros mais elevados, o que pode vir a complicar ainda mais a situação financeira da família. Mas para aqueles que não têm outra alternativa e estão a pensar em pedir um financiamento a curto prazo, a utilização do cartão de crédito ou o saldo a descoberto da conta- -ordenado podem ser as melhores soluções.