Sábado disputou-se a primeira etapa da Vuelta, mas tratava-se apenas de um contrarrelógio por equipas de 7,4 quilómetros. Neste domingo, foi a vez da primeira etapa a sério, com 158,7 quilómetros. As coisas começaram a descambar logo ao quilómetro 30, quando o pelotão cerrou os dentes para apanhar os seis homens em fuga, onde estavam José Gonçalves e Nelson Oliveira. Lá pelo meio, uma enorme queda, que apanhou muitos ciclistas, incluindo Peter Sagan, Nacer Bouhanni e Vincenzo Nibali.
Quem aproveitou foi José Gonçalves, o ciclista português que teve algum destaque na última Volta a Portugal, e que tentou apanhar o pelotão desprevenido, a lamber as suas feridas. Não venceria, mas o prémio da combatividade ficaria para si. Lá atrás, Nibali iniciava o que seria a partir daquela altura um contrarrelógio para si, ajudado por três colegas, depois por dois, um, até que já pedalava sozinho, a um ritmo alucinante. Demasiado alucinante. Nibali ia ultrapassando, um a um, vários ciclistas, até que decidiu encostar-se a um carro da Astana, que acelerou e levou consigo o italiano, agarrado ao automóvel. Comprovada a batota, demasiado descarada, Nibali acabou desclassificado pela organização.
Mas lá para a frente havia uma vitória na etapa por decidir e, com ela, o camisola vermelha da Vuelta. Quando todos pensavam em Alejandro Valverde ou Purito Rodríguez, mestres das chegadas ao alto, foi Nairo Quintana quem se lançou para tentar a vitória. O colombiano Esteban Chaves não foi em conversas e também foi para o ataque, juntamente com Tom Dumoulin. Foi um mano a mano até à meta, entre os dois homens que deixaram Quintana pregado, com o pequenino Chaves a vencer o gigante Dumoulin e a conquistar a camisola vermelha.