O preço das casas em Portugal deverá subir 4% este ano, de acordo com as contas da agência de rating Standard & Poor’s (S&P). Esta valorização não se irá ficar por aqui, uma vez que esta tendência é para se manter nos próximos anos devido sobretudo ao investimento estrangeiro no mercado nacional.
De acordo com a mesma, a explicação é simples: a recuperação económica e o interesse estrangeiro cada vez maior no mercado imobiliário estão a contribuir para o aumento do preço das casas em Portugal. Além disso, segundo a agência de notação há mercado para crescer, já que o mercado nacional “não passou pela experiência de um boom dos preços, à semelhança do que aconteceu em muitos países da OCDE entre a década de 1990 e 2006”.
A verdade é que esta tendência de subida de preços não é nova. Em Maio, o preço médio a que os bancos avaliam as casas na altura de concederem crédito à habitação representou a maior subida desde Agosto do ano passado e o valor mais alto desde Setembro de 2014. O valor médio nesse mês para o total do país, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, fixou-se em 1026 euros por metro quadrado, o que em termos mensais significou uma subida de 1%. Em Junho, os valores voltaram a subir, com o preço médio para o total do país a fixar-se nos 1030 euros por metro quadrado, o que em termos mensais representa uma subida de quatro euros. Feitas as contas, num ano os preços subiram 24 euros por metro quadrado.
Concessão de crédito dispara O que é certo é que a recuperação dos preços a que os bancos avaliam as casas está a ser acompanhada por um aumento na concessão de crédito. Segundo os últimos dados do Banco de Portugal (BdP), as instituições financeiras estão a ser menos restritivas e estamos a assistir a uma maior disponibilidade para conceder crédito a particulares para habitação.
Feitas as contas, os empréstimos para a compra de habitação própria representaram, em Junho, 46,5% do total de novos financiamentos concedidos pela banca. Ou seja, a maior percentagem desde o período anterior à chegada da troika ao país, em 2011. Isso significa que a compra de casa continua a ser o grande motor do crédito. Em Junho a banca concedeu 377 milhões de euros para esse efeito, mais 27% que em Maio e mais 88,50% que no mesmo mês do ano passado.
Mediadoras vendem mais Essa tendência de aumento de concessão de créditos também é visível pelos resultados das principais mediadoras que actuaram no mercado português durante o primeiro semestre do ano. A Remax, a ERA e a Century 21 garantem que o mercado de arrendamento está a perder cada vez mais peso, ficando em segundo plano nas operações realizadas.
Só a ERA vendeu 4 mil casas nos primeiros seis meses do ano, num montante total de 513 milhões de euros, e garante que “foi o melhor semestre da imobiliária desde a sua entrada em Portugal (há 17 anos)”. Também a Remax registou um aumento de vendas de 20% nos primeiros seis meses do ano e acredita que 2015 vai ser o melhor ano de sempre no país. Já a Century 21 realizou 2870 transacções no primeiro semestre, um crescimento de 31% face ao período homólogo.