O co-fundador do partido francês de extrema-direita Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, foi excluído do partido depois de uma audiência disciplinar ao final da tarde desta quinta-feira.
A notícia foi avançada pela Associated Press (AP), que indica que a audiência, levada a cabo pelo comité executivo, durou três horas. Jean-Marie tentou defender-se de uma lista de 15 acusações, mas não conseguiu. Apesar da vontade de Marine Le Pen afastar o pai, a candidata à presidência de França para 2017 não esteve presente, de modo a garantir objectividade.
A líder do partido pretende, assim, afastar-se definitivamente da reputação de xenofobia e racismo que a que a Frente Nacional está associada. Os comentários provocativos de Jean-Marie no início do ano – ao dizer que as câmaras de gás nazis foram apenas um detalhe da História – ofuscaram as ideias de Marine, que quer distanciar o partido destes ideais, focando-se no combate à União Europeia e à imigração.
Em Julho, os membros do partido votaram por email a favor da perda de credenciais partidárias de Jean-Marie, mas um tribunal francês declarou que a votação era ilegal. Foi a terceira vez que o co-fundador obteve vitória legal sob a filha.
Desta vez, perdeu o seu título vitalício de presidente honorário. De acordo com a AP, o advogado, Frederic Joachim, considerou a decisão um “assassínio político”.
