Grécia. Moção de confiança pode estar para breve

Grécia. Moção de confiança pode estar para breve


Coligação não garantiu mínimo necessário para aprovar resgate. Primeiro-ministro está cada vez mais enfraquecido.


As contas são fáceis mas não são bonitas: 32 votos contra e 11 abstenções. Os deputados do Syriza estão cada vez mais longe do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e pela primeira vez os votos da coligação foram insuficientes para aprovar o que estava a votos no Parlamento. Tsipras garantiu apenas 118 da coligação que forma governo, quando precisava de um mínimo de 120 para conseguir passar o pacote de resgate.

Foi, portanto, a oposição quem apoiou o primeiro-ministro e quem garantiu a aprovação dquele que será o terceiro resgate à economia grega. Se a Europa votar a favor, Atenas começará em breve a receber os 86 mil milhões de euros que se estima que sejam as necessidades da economia helénica.

Isto significa que Alexis Tsipras poderá estar mais perto de pedir uma moção de confiança ao Parlamento. Se a pedir, como se prevê que aconteça, o governante arrisca-se a não a conseguir. Makis Voridis, deputado do partido conservador Nova Democracia, já garantiu que "não há qualquer hipótese" de o partido "dar ao governo um voto de confiança".

 Por outro lado, se a não pedir, Tsipras fica com a sua autoridade ainda mais fragilizada numa altura em que o partido pelo qual se candidatou se afasta cada vez mais do governante. Os meios de comunicação gregos sinalizam que esta moção de confiança pode ir a votos já na próxima semana, mas nada é oficial ainda.

A porta-voz do governo ateniense afirmou apenas, esta manhã após a votação do resgate, que o Parlamento iria "seguir as regras e a Constituição", deixando tudo em aberto.