Função Pública perdeu mais de 21 mil trabalhadores este ano

Função Pública perdeu mais de 21 mil trabalhadores este ano


Segundo a SIEP, é resultado da cessação por caducidade, no último mês de aulas, de contratos a termo nos estabelecimentos de ensino básico e secundário.


Mais de sete mil trabalhadores saíram da Função Pública no segundo trimestre deste ano, um valor que sobe para 21.500 no conjunto do primeiro semestre, divulgou esta quinta-feira a Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

Segundo a Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP), divulgada pela DGAEP, a 30 de Junho de 2015, o emprego na administração pública situava-se em 654.600 postos de trabalho, revelando uma quebra global de 1,1% em termos homólogos (7.081 trabalhadores) e de 10% face a 31 de Dezembro de 2011 (menos 72.694 postos de trabalho).

Em termos acumulados, e considerando que durante no primeiro trimestre deste ano saíram da Função Pública 14.415 trabalhadores, o que representa uma quebra de 2,2% face ao período homólogo do ano passado, entre Janeiro e Junho saíram do Estado 21.496 funcionários.

Numa comparação com o final do primeiro trimestre deste ano, o emprego nas administrações públicas diminuiu 2.018 postos de trabalho (0,3%) entre Abril e Junho, em resultado da quebra do número de trabalhadores da administração central (menos 1.807, correspondente a uma variação de -0,4%).

Esta descida resulta, de acordo com a SIEP, da cessação por caducidade, no último mês de aulas do ano lectivo 2014/2015, de contratos a termo de trabalhadores nos estabelecimentos de ensino básico e secundário (técnicos superiores, em particular para actividades de enriquecimento escolar, assistentes técnicos e assistentes operacionais).

Apesar deste decréscimo no número de trabalhadores, houve um aumento de emprego no trimestre em análise, nomeadamente, nos ministérios da Administração Interna (2,5%) e da Defesa (1,2%).

No caso da Administração Interna, esta subida “decorre principalmente de novos contratos a termo de vigilantes da floresta na GNR, para as operações de prevenção de incêndios durante o verão. Por outro lado, novas incorporações de militares não pertencentes ao quadro permanente das Forças Armadas (regimes de contrato e de voluntariado) resultaram ainda num aumento de emprego no Ministério da Defesa Nacional”, lê-se na SIEP.

O peso do emprego por subsectores manteve a mesma estrutura do trimestre anterior, representando a administração central cerca de 76% do emprego nas administrações públicas.

Com um peso na população total de 6,3% (rácio de administração), o emprego no sector das administrações públicas representava, a 30 de Junho de 2015, cerca de 12,6% da população activa e de 14,3% da população empregada.

A 30 de Junho último, em cada dez trabalhadores das administrações públicas, seis eram mulheres, mantendo a taxa de feminização no sector acima do mesmo indicador para a população activa.

Na mesma data, as mulheres trabalhadoras nas administrações públicas representavam 15,2% e 17,2% da população activa e da população empregada do mesmo sexo, destaca o documento.

Quanto ao valor médio mensal das remunerações dos trabalhadores a tempo completo da administração pública este situava-se, em Abril 2015, nos 1.402,1 euros, correspondendo a uma variação global média negativa de 0,3% em relação a Janeiro de 2015.

Lusa