Yannis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia, defendeu esta tarde no parlamento que o novo resgate "não é viável" e que o Fundo Monetário Internacional não deverá contribuir para o mesmo. O parlamento grego discute esta tarde o acordo fechado entre governo e credores para o terceiro resgate.
Na sua intervenção aos deputados, o agora deputado do Syriza elogiou o trabalho do seu sucessor nas Finanças, Euclid Tsakalotos, que "fez o seu melhor dadas as circunstâncas", sempre reiterando, contudo, que "o acordo não é sustentável". "O texto [do acordo] é um campo minado de eufemismos. Devíamos escrever um glossário de 'troikês'", atirou ainda.
No entender de Varoufakis, a própria lógica do programa está errada: "A dívida reestrutura-se para reduzir as necessidades de endividamento, aplicando-se de seguida as medidas exigidas. Aqui, temos o oposto." Os credores europeus exigiram a Atenas a implementação de quase 60 medidas já esta semana, condicionando a aprovação do resgate à aprovação dessas medidas – o que acontecerá na madrugada para sexta-feira. Só depois, num prazo incerto, é que as instituições aceitarão discutir uma reformulação dos prazos exigidos a Atenas para o pagamento de dívidas.
Entretanto, a Nova Democracia (ND), o maior partido da oposição, deverá aprovar o novo acordo com os credores na votação que deverá decorrer na madrugada desta quinta para sexta-feira. A decisão não foi unânime no grupo parlamentar da Nova Democracia, com sete dos 76 deputados a defenderem a abstenção.
Apesar deste pequeno grupo de deputados da ND defender a abstenção, Evangelos Meimarakis, o novo líder da Nova Democracia, indicou na reunião com o seu grupo parlamentar que não tolerará votos que não respeitem o sentido indicado pelo partido.