Alice na Eurozona


Os 18 membros do Eurogrupo foram os gatos neste processo de “capitulação” da Grécia. A metáfora, aqui, serve para recordar que há limites – e poderosos, porque democraticamente legitimados – àquilo que o Eurogrupo pode fazer para ajudar a Grécia, tal como existiam limites ao que o gato podia fazer por Alice.


Walt Disney e Tim Burton fizeram um filme sobre ela. Os Jefferson Airplane escreveram uma música sobre a misteriosa personagem. “Alice no País das Maravilhas”, obra-prima de Charles Lutwidge Dodgson, reconhecido pelo público como Lewis Carroll, celebra este ano o seu 150.o aniversário. 

As aventuras de Alice desenrolam-se num mundo fantástico de tocas de coelho, bolos mágicos e portas secretas que encantou crianças e intrigou adultos ao longo do último século e meio, despertando sucessivas adaptações.

Do livro, registo o momento em que Alice chega a um cruzamento. Ali, entre dois caminhos, no topo de uma árvore, vê um gato e pergunta: “Que caminho devo seguir?” O felino responde: “Isso depende de onde queres ir.”A resposta surge como tão óbvia que facilmente se esquece. 

Os 18 membros do Eurogrupo foram os gatos neste processo de “capitulação” da Grécia. A metáfora, aqui, serve para recordar que há limites – e poderosos, porque democraticamente legitimados – àquilo que o Eurogrupo pode fazer para ajudar a Grécia, tal como existiam limites ao que o gato podia fazer por Alice. 

A propósito da celebração, muitos se perguntaram se o livro de Carroll seria um inocente conto de crianças ou algo mais profundo, repleto que estaria de mensagens escondidas e implícitas, escrito por um doente neurológico que sofria de alucinações provocadas pelo síndroma “Alice in Wonderland”. A mesma dúvida fica em relação à viabilidade da zona euro, da União Europeia, um sonho kantiano de paz perpétua, uma ordem política autónoma e indefinida ou… não existiu. Nem existirá.

Blogger. Escreve à terça-feira 

Alice na Eurozona


Os 18 membros do Eurogrupo foram os gatos neste processo de “capitulação” da Grécia. A metáfora, aqui, serve para recordar que há limites – e poderosos, porque democraticamente legitimados – àquilo que o Eurogrupo pode fazer para ajudar a Grécia, tal como existiam limites ao que o gato podia fazer por Alice.


Walt Disney e Tim Burton fizeram um filme sobre ela. Os Jefferson Airplane escreveram uma música sobre a misteriosa personagem. “Alice no País das Maravilhas”, obra-prima de Charles Lutwidge Dodgson, reconhecido pelo público como Lewis Carroll, celebra este ano o seu 150.o aniversário. 

As aventuras de Alice desenrolam-se num mundo fantástico de tocas de coelho, bolos mágicos e portas secretas que encantou crianças e intrigou adultos ao longo do último século e meio, despertando sucessivas adaptações.

Do livro, registo o momento em que Alice chega a um cruzamento. Ali, entre dois caminhos, no topo de uma árvore, vê um gato e pergunta: “Que caminho devo seguir?” O felino responde: “Isso depende de onde queres ir.”A resposta surge como tão óbvia que facilmente se esquece. 

Os 18 membros do Eurogrupo foram os gatos neste processo de “capitulação” da Grécia. A metáfora, aqui, serve para recordar que há limites – e poderosos, porque democraticamente legitimados – àquilo que o Eurogrupo pode fazer para ajudar a Grécia, tal como existiam limites ao que o gato podia fazer por Alice. 

A propósito da celebração, muitos se perguntaram se o livro de Carroll seria um inocente conto de crianças ou algo mais profundo, repleto que estaria de mensagens escondidas e implícitas, escrito por um doente neurológico que sofria de alucinações provocadas pelo síndroma “Alice in Wonderland”. A mesma dúvida fica em relação à viabilidade da zona euro, da União Europeia, um sonho kantiano de paz perpétua, uma ordem política autónoma e indefinida ou… não existiu. Nem existirá.

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