Austeridade. Os ganhos políticos alemães e o tiro ao lado da Eslováquia

Austeridade. Os ganhos políticos alemães e o tiro ao lado da Eslováquia


Sondagem na Alemanha mostra que há muitos dividendos a retirar com postura dura e inflexível face aos gregos. Já na Eslováquia, ministro diz que medidas só foram agressivas por causa “da ‘Primavera grega'”


No rescaldo das longas negociações deste fim-de-semana, e já com a capitulação de Alexis Tsipras na mão, os governantes alemães são os grandes vencedores. Isto pelo menos do ponto de vista dos próprios eleitores alemães, aqueles que, no fundo, interessam para Angela Merkel e Wolfgang Schäuble.

Segundo várias sondagens esta segunda-feira publicadas, a agressividade alemã face aos gregos explicar-se-á pelos ganhos políticos que tal postura representa.

Num estudo publicado pela alemã ARD, 87% dos alemães responderam que as condições impostas aos gregos são "adequadas ou demasiado brandas", enquanto apenas 13% as vê como demasiado duras. Nesta mesma sondagem, é Wolfgang Schäuble que sai como o herói: Dois terços dos inquiridos diz-me muito satisfeito com as negociações deste – sendo que estas negociações foram apontadas como "tortura mental" e "crucificação" a Tsipras, segundo participantes nas mesmas. Já Merkel merece 62% de aprovação.

Eslováquia. As emoções provocadas pela longa maratona de mais de 17 horas de negociação, 22 horas se contarmos também com a reunião do Eurogrupo no mesmo domingo, ainda estavam ao rubro esta segunda-feira. Só assim se entenderá o excesso cometido por Peter Kazimir, ministro das Finanças eslovaco.

Segundo escreveu este governante no Twitter, "o compromisso para a Grécia a que chegámos esta manhã só foi tão duro por causa da 'Primavera grega' deles", assegurou. Que é como quem diz que o acordo serviu para anular um levantamento democrático. O tweet foi pouco depois apagado.