Automóvel. Comprar ou alugar? Saiba qual é a melhor solução

Automóvel. Comprar ou alugar? Saiba qual é a melhor solução


O recurso ao crédito continua ser a fórmula mais usada, mas o leasing e o renting começam a ganhar terreno.


Pagar a pronto é quase impossível para a maioria dos consumidores, mas nem todos querem recorrer ao crédito. Contudo, há opções de financiamento a que pode recorrer para ter acesso a um carro novo. A maior parte destas soluções alternativas – leasing, renting e aluguer de longa duração (ALD) – são opções viáveis para quem não faz questão de ter o automóvel em seu nome e começam a conquistar cada vez mais os portugueses.

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E os números falam por si. De acordo com as contas da ALF, o leasing financiou 23 725 viaturas ligeiras no valor de 463 milhões de euros em 2014, o que representa um crescimento de 24,5% em relação ao ano anterior. Já o renting financiou um total de 26 377 viaturas em 2014, mais 34,9% que no final de 2013 e com uma produção total de 480 milhões de euros. Isto significa que 15,6% de todas as viaturas ligeiras novas vendidas em Portugal durante 2014 foram adquiridas através de renting.

Para as empresas que actuam nestes dois sectores, as vantagens do leasing e do renting são várias. O primeiro é um produto que reforça a segurança de quem financia, ou seja, é mais eficiente do ponto de vista de utilização do capital. Também o cliente (locatário) beneficia através de taxas de juro regra geral mais baixas.

Já o renting, ao agregar vários serviços, tem uma certa flexibilidade para se ajustar às necessidades específicas dos clientes, simplificando algo que para o cliente envolve grande burocracia, além de disponibilizar viaturas sempre actuais e modernas.

Semelhante ao leasing é o aluguer de longa duração. O prazo do contrato varia entre os 12 e os 60 meses, havendo a possibilidade de fazer uma entrada inicial até um máximo de 60% do valor do carro, de forma a diminuir o valor das prestações ou o prazo contratado. O valor da prestação é fixo, pois nesta modalidade não está sujeito a taxas de juro variáveis. É um contrato que pode ser cedido a outra pessoa, passando esta a ser responsável pelos encargos. Tal como no leasing, só no final do contrato será proprietário do veículo.

Outra vantagem destas soluções alternativas diz respeito ao seguro, uma vez que nestes casos os clientes não precisam de se preocupar com esta questão porque o encargo fica a cargo da locatária. O mesmo acontece com as revisões. Mas o argumento não convence todos os consumidores; nem todos os portugueses acham o leasing e o renting as soluções mais desejáveis.

Crédito

O crédito automóvel continua a ser uma das modalidades mais usadas no mercado, tanto para a compra de veículos novos como usados. Por norma, a taxa de juro varia consoante os anos do carro. Isto significa que, na maioria dos casos, quanto mais novo for o carro menor será a taxa de juro. Dar ou não entrada é outra decisão que tem de se ter em conta. O prazo alargado costuma ir até aos 120 meses, e por isso mesmo garante-lhe prestações mensais mais reduzidas. Tem, no entanto, a possibilidade de amortizar antecipadamente o crédito, podendo diminuir os juros a pagar.

Outra hipótese passa por recorrer a um crédito pessoal. Geralmente a taxa de juro não é o seu ponto forte, já que é pouco atractiva na maior parte dos casos. Mas nem tudo são desvantagens. Por um lado, caracteriza-se por uma elevada taxa de sucesso de aprovação das instituições financeiras. Por outro, possibilita prazos mais alargados, e por isso mesmo pode traduzir-se numa prestação mensal mais baixa. Ou seja, paga menos, mas mais anos. Na maior parte dos casos, as taxas propostas são mais elevadas que nos bancos. Além disso, pode reduzir a taxa com os produtos já contratados: por exemplo, domiciliação de ordenado e pagamentos, cartão de crédito, etc.

Também é comum os próprios stands oferecerem propostas de financiamento. Neste caso, convém ter em conta o valor total que irá pagar. Isto porque são meros intermediários no financiamento e muitas vezes ganham uma comissão sobre os créditos contratados pelas instituições com que trabalham.

Outro factor que deverá analisar cuidadosamente diz respeito aos encargos associados às diversas modalidades de financiamento. É o caso, por exemplo, dos seguros. No leasing são exigidos seguros de responsabilidade civil facultativos (50 milhões de euros) e de danos próprios. Já no crédito automóvel basta o de responsabilidade civil obrigatória, no valor de 3,250 milhões de euros, e nalguns casos o de vida.

Deve também analisar as despesas de contratação, como as comissões de entrada e de processamento. Estes elementos são, no entanto, essenciais para comparar o custo real de várias propostas, traduzido na taxa anual de encargos efectiva global (TAEG).