Costa cumprirá regras europeias mas “mais favoráveis para Portugal”

Costa cumprirá regras europeias mas “mais favoráveis para Portugal”


Em entrevista, o líder do PS diz que ainda não tem meios para detalhar como quer mexer nos escalões de IRS. E não vê “necessidade” de mais PPP.


O líder socialista considerou esta quinta-feira que “o colapso da Grécia será o colapso à escala europeia” e comprometeu-se a cumprir compromissos internacionais, mas “como plano a)”, caso venha a ser eleito primeiro-ministro nas próximas legislativas.

Em entrevista à TVI,  António Costa falou no tema do momento, a Grécia, para dizer que a “estratégia” da sua família política europeia é diferente da adoptada pelo Syriza. “É um erro agir isoladamente contra todos. Temos d e fazer alianças e criar blocos”, disse o candidato a primeiro-ministro que também falou no cumprimento das “regras europeias” existente como  “um plano a)”, assumindo que, caso seja eleito, não vai “desistir que sejam mais favoráveis a Portugal.

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Num modelo de entrevista diferente do habitual, com o público que estava no estúdio também a fazer perguntas, António Costa  falou nas condições de governação depois das eleições, repetindo que “a maioria possível é a maioria do PS” e recusando coligações com PSD e CDS. Para Costa está claro que “a maioria das pessoas não quer a continuidade do governo PSD/CDS e a continuação das suas lideranças na liderança do país”. “Seria um contra-senso o PS propor-se ganhar as eleições para prosseguir as políticas que as pessoas querem que sejam mudadas”. Sobre a dificuldade do PS, a julgar pelas sondagens, de conseguir chegar à maioria absoluta, Costa disse apenas ter de “trabalhar melhor”.

Perante as perguntas da audiência, Costa reafirmou uma série de compromissos, como a reposição das pensões e a não aplicação de novos cortes, garantindo o “cumprimento escrupuloso” do que foi decidido pelo Tribunal Constitucional relativamente a esta matéria. Também reafirmou que “as finanças não devem penhorar as casas de morada de família por razões fiscais”: “Não podemos abusar das execuções fiscais por dívida”. E voltou a não detalhar como vai mexer nos escalões do IRS. “Só quem tem o domínio da máquina fiscal tem a informação  fina que permite calibrar as alterações dos escalões”, justificou depois de assegurar a intenção que “os rendimentos mais altos possam pagar mais” IRS. O líder do PS também se recusou com compromissos em matéria de criação de emprego jovem: “Não vou prometer x postos de trabalho. Não vou criar ilusões”.

Foi quando falou na Educação que mais fortemente atacou o governo, nomeadamente o ministro da tutela, Nuno Crato. Para António Costa, o que “estava a ser assimilado foi interrompido por um preconceito ideológico do ministro da Educação que resolveu transformar as escolas num laboratório de aplicação das suas teorias pessoais e introduziu um processo de ruptura que é inadmissível”.

A entrevista da TVI foi acompanhada, em simultâneo, por uma votação nas redes sociais, com 2585 pessoas a considerarem que Costa esteve mal  e 2355 a dizerem que esteve bem.

Depois desta parte da entrevista, Costa seguiu para outro estúdio, com emissão na TVI24, onde ainda se pronunciou sobre obras públicas garantindo que em relação ao futuro, não prevê a “necessidade de realizar novas Parcerias Público Privadas” (PPP). O líder socialista diz que não tem por ”prioridade” fazer “novas obras públicas”.