Empresário, procura-se!


Precisa-se de um esforço e entrega acrescidos dos colaboradores, de uma maior flexibilidade no mercado laboral e nos vários domínios, e de desenvolver políticas de motivação do seu desempenho.


Há uns dias, relia uma intervenção do final do primeiro mandato do actual Presidente da República em que o mesmo sugeria que “nunca o país, desde 1974, precisou tanto do contributo dos empresários privados para vencer a crise em que nos encontramos como agora”, pedindo mesmo aos empresários para “fazerem um esforço acrescido para continuarem a investir” e para “procurarem, eventualmente fora da Europa, mercados para colocar os seus produtos”, nunca descurando a “aposta na qualidade e na inovação”.

As palavras de Cavaco Silva reportam-se, creio, a 2010, mas poderiam ter sido proferidas anos antes ou mesmo há poucos dias.

Se todos temos hoje consciência de que Portugal enfrentou (e enfrenta) um grave problema orçamental na esfera pública, o país no seu todo atingiu um grau tal de endividamento e de quebra na poupança colectiva que a sua sustentabilidade futura exigirá uma enorme disciplina financeira a todos os agentes económicos (quer na gestão dos recursos de que dispõem, quer na componente de gestão dos créditos antes contraídos, quer até na identificação de novas fontes de financiamento, que continua sem se revelar facilitada).

Neste contexto, todas as possibilidades de impulso ao crescimento económico do país por via de aumentos lineares da despesa serão praticamente inexistentes: o Estado tem de continuar a emagrecer, cortar desperdícios na despesa corrente e racionalizar a sério os investimentos públicos, privilegiando aqueles que tiverem efeitos reprodutivos na economia ou que assegurem melhorias críticas do bem-estar dos cidadãos; os particulares já viram o seu rendimento disponível reduzir–se significativamente (pelo aumento do desemprego, pelo aumento dos impostos, pelo corte em regalias sociais, pelo peso dos juros…), vendo-se forçados a contrair o consumo face ao ritmo lento da recuperação que se vai seguir; mesmo as empresas terão algumas dificuldades em aumentar o nível de investimento por via das restrições ainda existentes no acesso ao crédito.

Em qualquer cenário, os empresários têm um papel verdadeiramente crucial no rigor, na qualidade da gestão, no planeamento, na visão estratégica, na mobilização dos seus recursos (materiais, imateriais e humanos), para que muitos parecem não estar preparados.

Exige-se que o Estado remova os entraves à normal actividade económica (entre outros aspectos, criando bases legais estáveis e claras nos diversos domínios, dando eficácia à justiça e à administração pública ou cumprindo com os seus prazos de pagamento); não podemos alimentar uma lógica de mero proteccionismo ou assistencialismo público.

Precisa-se de um esforço e entrega acrescidos dos colaboradores e até de uma maior flexibilidade no mercado laboral e nos vários domínios concomitantes; é preciso desenvolver políticas de motivação do seu desempenho, de real reforço das suas competências e de protecção nos casos de eventuais dificuldades circunstanciais.

Mas procuramos, claro, verdadeiros empresários, socialmente responsáveis, arrojados mas conscientes, com horizontes alargados (muito para lá das fronteiras do nosso quintal), com espírito empreendedor e capacidade de inovação, com uma visão de médio–longo prazo e com uma forte capacidade de motivação e congregação de esforços e capacidades.

No fundo, empresários que saibam ser o modelo de referência para aquilo de que as suas empresas, os seus sectores de actividade, as suas regiões e o país verdadeiramente precisam para voltarem aos trilhos do sucesso.

Presidente da Câmara de Braga
Escreve à quinta-feira

Empresário, procura-se!


Precisa-se de um esforço e entrega acrescidos dos colaboradores, de uma maior flexibilidade no mercado laboral e nos vários domínios, e de desenvolver políticas de motivação do seu desempenho.


Há uns dias, relia uma intervenção do final do primeiro mandato do actual Presidente da República em que o mesmo sugeria que “nunca o país, desde 1974, precisou tanto do contributo dos empresários privados para vencer a crise em que nos encontramos como agora”, pedindo mesmo aos empresários para “fazerem um esforço acrescido para continuarem a investir” e para “procurarem, eventualmente fora da Europa, mercados para colocar os seus produtos”, nunca descurando a “aposta na qualidade e na inovação”.

As palavras de Cavaco Silva reportam-se, creio, a 2010, mas poderiam ter sido proferidas anos antes ou mesmo há poucos dias.

Se todos temos hoje consciência de que Portugal enfrentou (e enfrenta) um grave problema orçamental na esfera pública, o país no seu todo atingiu um grau tal de endividamento e de quebra na poupança colectiva que a sua sustentabilidade futura exigirá uma enorme disciplina financeira a todos os agentes económicos (quer na gestão dos recursos de que dispõem, quer na componente de gestão dos créditos antes contraídos, quer até na identificação de novas fontes de financiamento, que continua sem se revelar facilitada).

Neste contexto, todas as possibilidades de impulso ao crescimento económico do país por via de aumentos lineares da despesa serão praticamente inexistentes: o Estado tem de continuar a emagrecer, cortar desperdícios na despesa corrente e racionalizar a sério os investimentos públicos, privilegiando aqueles que tiverem efeitos reprodutivos na economia ou que assegurem melhorias críticas do bem-estar dos cidadãos; os particulares já viram o seu rendimento disponível reduzir–se significativamente (pelo aumento do desemprego, pelo aumento dos impostos, pelo corte em regalias sociais, pelo peso dos juros…), vendo-se forçados a contrair o consumo face ao ritmo lento da recuperação que se vai seguir; mesmo as empresas terão algumas dificuldades em aumentar o nível de investimento por via das restrições ainda existentes no acesso ao crédito.

Em qualquer cenário, os empresários têm um papel verdadeiramente crucial no rigor, na qualidade da gestão, no planeamento, na visão estratégica, na mobilização dos seus recursos (materiais, imateriais e humanos), para que muitos parecem não estar preparados.

Exige-se que o Estado remova os entraves à normal actividade económica (entre outros aspectos, criando bases legais estáveis e claras nos diversos domínios, dando eficácia à justiça e à administração pública ou cumprindo com os seus prazos de pagamento); não podemos alimentar uma lógica de mero proteccionismo ou assistencialismo público.

Precisa-se de um esforço e entrega acrescidos dos colaboradores e até de uma maior flexibilidade no mercado laboral e nos vários domínios concomitantes; é preciso desenvolver políticas de motivação do seu desempenho, de real reforço das suas competências e de protecção nos casos de eventuais dificuldades circunstanciais.

Mas procuramos, claro, verdadeiros empresários, socialmente responsáveis, arrojados mas conscientes, com horizontes alargados (muito para lá das fronteiras do nosso quintal), com espírito empreendedor e capacidade de inovação, com uma visão de médio–longo prazo e com uma forte capacidade de motivação e congregação de esforços e capacidades.

No fundo, empresários que saibam ser o modelo de referência para aquilo de que as suas empresas, os seus sectores de actividade, as suas regiões e o país verdadeiramente precisam para voltarem aos trilhos do sucesso.

Presidente da Câmara de Braga
Escreve à quinta-feira