"Hoje é um dia de celebração, porque a democracia deve ser celebrada. E quando a democracia conquista o medo e a chantagem, então também leva à redenção e à abertura de novos caminhos", avançou este domingo Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, depois de votar no referendo.
"Hoje os gregos enviam uma mensagem poderosa. Uma mensagem de dignidade e determinação. A mensagem de que estão a tomar o controlo das suas escolhas. Muitos podem tentar ignorar a vontade do governo. Mas ninguém pode ignorar a vontade de um povo que procura viver com dignidade", salientou ainda, em comunicado.
Tsipras mostrou-se "confiante que amanhã [segunda-feira] marcaremos um novo rumo para os povos da Europa. Um que nos devolva os valores fundadores da Europa, da democracia e solidariedade, e que envie uma mensagem forte de que estamos não apenas determinados em ficar na Europa mas também a viver com dignidade na Europa. Prosperar e trabalhar enquanto iguais entre iguais".
Também Yannis Varoufakis votou de manhã cedo, lado-a-lado com o pai, de 90 anos. O ministro das Finanças grego confirmou que se demite em caso de vitória do "Sim" mas salientou que tal resposta não conseguirá a maioria.
Para Varoufakis, os gregos estão a pronunciar-se sobre aquilo que foi apresentado na forma de "ultimato" e que foram as "falhas gigantes" da zona euro que levaram o país até à corrente situação, em que lhe são exigidas constantes medidas de austeridade. O referendo, defendeu, "dá esperança à Europa de que uma moeda única e a democracia podem coexistir".
