Vigilância


Já aqui abordei a questão do turismo a propósito daquela mentirola eleitoralista sobre o nosso suposto crescimento económico. Escrevi então que, não fosse o impressionante número de turistas que nos invade o território devido às desgraças do Mediterrâneo, estaríamos muito provavelmente a amargar um segundo resgate financeiro. No entanto, este fluxo brutal de gente que…


Já aqui abordei a questão do turismo a propósito daquela mentirola eleitoralista sobre o nosso suposto crescimento económico. Escrevi então que, não fosse o impressionante número de turistas que nos invade o território devido às desgraças do Mediterrâneo, estaríamos muito provavelmente a amargar um segundo resgate financeiro. No entanto, este fluxo brutal de gente que aqui vem deixar o dinheirinho apanhou-nos desprevenidos, ainda a pairar nas velhas lógicas de investimento do sector, construídas de sol e praia, de épocas “alta” e “baixa”, e sem que nada se tenha interiorizado politicamente sobre esta visível mudança no espírito dos viajantes.

Entrámos no tempo do “turismo cultural”, e são as identidades, as idiossincrasias, os patrimónios aquilo que agora motiva o turismo. Qualquer computador faz-nos viajar em segundos aos clichés de cada território, e a globalização comunicacional oferece-nos no momento toda a informação que procuramos. Mas nunca nos dará a vivência, o ritmo, a escala, os cheiros e os sabores que nos intrigam e fazem viajar. Todo o ano tem sido de época “alta”, em frenesi, mas discordo radicalmente desta nova fobia que ganha voz de mansinho, a obnóxia ideia de fechar portas e limitar o fluxo. Não faz sentido nenhum, é uma idiotice inconsequente. 

Estamos no tempo certo para saber interpretar os sinais e agir, sobretudo nas cidades. Que não se caia na patetice de as descaracterizar culturalmente, fazendo delas bonitinhos e exóticos parques temáticos. Muita cautela, pois, nada de ideias peregrinas e negócios de babuja. O que seria de Lisboa sem os “lísbios”? Nada. 

Historiador

Vigilância


Já aqui abordei a questão do turismo a propósito daquela mentirola eleitoralista sobre o nosso suposto crescimento económico. Escrevi então que, não fosse o impressionante número de turistas que nos invade o território devido às desgraças do Mediterrâneo, estaríamos muito provavelmente a amargar um segundo resgate financeiro. No entanto, este fluxo brutal de gente que…


Já aqui abordei a questão do turismo a propósito daquela mentirola eleitoralista sobre o nosso suposto crescimento económico. Escrevi então que, não fosse o impressionante número de turistas que nos invade o território devido às desgraças do Mediterrâneo, estaríamos muito provavelmente a amargar um segundo resgate financeiro. No entanto, este fluxo brutal de gente que aqui vem deixar o dinheirinho apanhou-nos desprevenidos, ainda a pairar nas velhas lógicas de investimento do sector, construídas de sol e praia, de épocas “alta” e “baixa”, e sem que nada se tenha interiorizado politicamente sobre esta visível mudança no espírito dos viajantes.

Entrámos no tempo do “turismo cultural”, e são as identidades, as idiossincrasias, os patrimónios aquilo que agora motiva o turismo. Qualquer computador faz-nos viajar em segundos aos clichés de cada território, e a globalização comunicacional oferece-nos no momento toda a informação que procuramos. Mas nunca nos dará a vivência, o ritmo, a escala, os cheiros e os sabores que nos intrigam e fazem viajar. Todo o ano tem sido de época “alta”, em frenesi, mas discordo radicalmente desta nova fobia que ganha voz de mansinho, a obnóxia ideia de fechar portas e limitar o fluxo. Não faz sentido nenhum, é uma idiotice inconsequente. 

Estamos no tempo certo para saber interpretar os sinais e agir, sobretudo nas cidades. Que não se caia na patetice de as descaracterizar culturalmente, fazendo delas bonitinhos e exóticos parques temáticos. Muita cautela, pois, nada de ideias peregrinas e negócios de babuja. O que seria de Lisboa sem os “lísbios”? Nada. 

Historiador