A agência de notação financeira Fitch decidiu seguir os passos da S&P, que ontem baixou a avaliação do país, e anunciou que cortou o rating da Grécia para 'lixo', avança a Associated Press. Desde Março que a agência não mexia na avaliação do país, depois de ter cortado a classificação da dívida helénica em dois pontos, de 'B' para 'CCC'.
"O falhanço das negociações entre o governo grego e os credores aumentou significativametne o risco de a Grécia não conseguir honrar as suas obrigações financeiras nos próximos meses, incluindo o pagamento de títulos detidos pelo sector privado. Um default junto dos credores privados é visto como provável", escreve a agência na nota de análise.
A Fitch salienta ainda os riscos do referendo do próximo Domingo, dia 5 de Julho, convocado pelo governo grego. "Na nossa opinião, uma vitória do 'não' aumenta dramaticamente o risco de a Grécia sair da zona euro. Essa saída seria, provavelmente desordenada, uma vez que o actual governo não deveria cooperar com as autoridades europeias".
E mesmo que o 'sim' ganhe, sublinha a Fitch, "a situação do país manter-se-ia muito precária". Na mesma nota, a agência salienta que "a imposição do controlo de capitais na Grécia" reflecte um "maior risco de que as entidades nacionais não estejam em condições de cumprir com as suas obrigações internacionais tendo em conta as restrições de saídas de capital", o que penalizará duramente a economia grega.
Com esta decisão, a Fitch coloca a Grécia a apenas um degrau do total incumprimento. A decisão da agência surge no mesmo dia em que o Eurogrupo recusou o pedido de extensão do segundo empréstimo ao país, que termina hoje, e em que o Executivo grego falha o reembolso de 1600 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional.