É daquelas “coisas”, o de estar lá, ao vivo e a cores, a assistir à história. De quem é o melhor golo na história do Mundiais? Maradona vs. Inglaterra, nos quartos-de-final do México-86 – o do slalom, não o da mão.
De quem é o melhor golo de sempre emEuropeus? Van Basten a Dasaev (URSS), na final do RFA 88, com aquele vólei de ângulo muito apertado e sem deixar cair a bola.
Qual é o resultado mais desnivelado de sempre num dérbi lisboeta? O dos 7-1 (um-zero ao intervalo), em Dezembro de 1986, com quatro golos do capitão Manuel Fernandes.
A quem pertence a maior reviravolta de um clube português na Europa? Ao Sporting, com aquele 5-0 em Alvalade ao Manchester United, nos quartos-de-final da Taça das Taças-64, após o 4-1 em Old Trafford. É a noite de glória por excelência, com golos de Osvaldo (3), Geo e Morais.
Quem assiste a tudo isso, in loco? Rui Tovar, meus amigos. Juntar Maradona, Van Basten, Manuel Fernandes e Osvaldo não é para todos.
Assim de repente, e só porque a Copa América está aí à solta e amanhã há um Brasil-Paraguai nos quartos-de-final, lembro-me de um momento histórico, o dos quatro penáltis falhados pelo Brasil. Em 2011. Ó tempo, volta para trás…
“Se siente, se siente, Riquelme está presente…” Este grito de ordem bem poderia ser para Juan Román Riquelme. Afinal o 10 do Boca até tem uma estátua de bronze no Museu da Paixão Boquense. Mas não, puro engano, o slogan não é para ele. O “se siente, se siente, Riquelme está presente…” é para a figura do Mundial-2010. E cuidado, não falamos de Forlán, Müller, Sneijder ou Iniesta. Nem do polvo Paul.
Trata-se da modelo paraguaia Larissa Riquelme, então com 26 anos. Ela está em Mar del Plata. Na ausência de tops e leggings (espero não estar a denegrir o vocabulário do vestiário feminino mas é assim que se escreve, não é?), equipa-se com um blusão azul-escuro xxl da Personal (empresa argentina de telemóveis). E o telemóvel? Está ali pró meio. Terá rede? Boa pergunta.
Quem não tem o foco na rede é o Brasil.O domínio é avassalador e chega-se facilmente à área contrária, ao ponto de se contabilizar seis oportunidades flagrantes de golo (contra nenhuma dos paraguaios).
Dessas, uma vai ao lado (Neymar), outra é salva na linha de golo (Fred) e quatro significam defesas impossíveis de Villar (Lúcio, Pato-2 e Ganso). Nos penáltis, a tendência mantém-se. Quatro remates, zero golos. Incrível. Parece o Barcelona da final da Taça dos Campeões 85-86, quando obteve a mesma percentagem de (des)aproveitamento, frente ao Steaua. Mas aí, o guarda-redes Ducadam defende os quatro. Neste caso, Villar não é assim tããããão herói. Só defende um (Thiago Silva). Isso não interessa para o caso.
O Brasil falha quatro penáltis e sai da Copa América na mais louca versão de “O bom, o mau e o Villar”. E o grito de ordem continua no ar. “Se siente, se siente, Riquelme está presente…”
Editor de desporto
Escreve à sexta e ao sábado