Henrique Neto não tem apoio do PS mas conta com “muitos militantes socialistas”

Henrique Neto não tem apoio do PS mas conta com “muitos militantes socialistas”


Henrique Neto acredita que o PS apoiará um dos seus concorrentes na corrida a Belém, António Sampaio da Nóvoa.


O candidato presidencial Henrique Neto afirmou esta quinta-feira que, apesar de não contar com o apoio do Partido Socialista (PS), do qual é militante e pelo qual foi deputado, tem o apoio de “muitos militantes socialistas”.

“Não pedi nem tenho o apoio do Partido Socialista, tenho o apoio de muitos socialistas. Na própria candidatura há muitos militantes socialistas e tenho o apoio, nas diferentes acções de campanha, de muitos socialistas”, declarou o candidato aos jornalistas no final de um almoço/debate em Lisboa, promovido pelo International Club of Portugal.

Na intervenção que fez perante cerca de meia centena de empresários, Henrique Neto afirmou também que os partidos estão dominados por “pequenas oligarquias”, que classificou como “um coletivo restrito que funciona segundo uma lógica de castelo, os que estão dentro do castelo protegem-se dos que estão fora do castelo”.

“Eu sou claramente um cavaleiro fora do castelo e portanto suponho que o Partido Socialista não tem nenhum interesse em que eu vá para dentro do castelo porque ia perturbar o poder instalado, pelo menos na leitura que eles fazem disso, e portanto têm de arranjar alguém na Presidência da República que seja coerente com os interesses de quem lá está”, proferiu.

O empresário da Marinha Grande, que apresentou a intenção de se candidatar à Presidência da República em março, vincou que se candidata “como independente”.

“Eu achei, no início do processo, que para fazer essa reforma [dos partidos políticos] e poder, em plena liberdade dizer aquilo que penso e apresentar as propostas que estou a apresentar, que o devia fazer sem nenhuma limitação nem nenhuma imposição dos partidos”, acrescentou.

O candidato a Belém defendeu ainda que “tem de haver concorrência aos partidos políticos” através da eleição de movimentos de cidadãos para o parlamento, o que é atualmente proibido pela Constituição da República Portuguesa.

“Tem de haver concorrência aos partidos políticos, daí que a existência de grupos de cidadãos que concorram com os partidos vai fazer com que os portugueses tenham escolha. Claro que para a Assembleia da República não é possível, tem de se rever a Constituição, e eu defendo a revisão da Constituição nesse sentido”, sublinhou.

Henrique Neto acusou também os partidos de terem “interesses mesquinhos” nas campanhas eleitorais.

“Estamos no sítio certo e no tempo certo para dar um grande salto em frente, desde que consigamos ter ideias, consigamos defender essas ideias com realismo e com racionalidade e as coloquemos em prática com determinação, se possível deixando de lado os interesses mesquinhos, que são muitas vezes mesquinhos, que são aqueles que estão presentes muitas vezes em campanhas eleitorais, em relações pouco claras entre setores da sociedade”, afirmou.

O empresário assegurou ainda que a sua candidatura vai “intervir no debate das eleições legislativas” através da realização de ações em Lisboa e no Porto onde serão debatidos os programas do Governo.