Mesmo com o empate 0-0, Portugal é líder isolado do Grupo B. Empate com a Suécia na quarta-feira basta para garantir meias-finais e Jogos Olímpicos
Desde 5 de Novembro de 2013, quando arrancou a sua qualificação para este Europeu, que a selecção sub-21 só sabia o que era vencer. Foram 11 jogos seguidos a fazê-lo, um número impressionante da equipa orientada por Rui Jorge. O ciclo terminou na cidade checa de Uherske Hradiste, contra a Itália, na segunda jornada da fase final. Finito à dolce vita 100% vitoriosa. Mas, felizmente para Portugal, a notícia não é má de todo.
O ponto conquistado deixou a equipa das quinas na liderança isolada do Grupo B (com 4 pontos), a precisar apenas de um empate para garantir um lugar nas meias-finais do Europeu. O próximo jogo é na quarta-feira, com a Suécia, que tem os mesmos pontos que a Inglaterra_(3). Itália, com 1, é a última classificada e numa posição muito complicada para seguir em frente.
Começar mal…
Rui Jorge fez duas alterações relativamente à equipa que venceu a Inglaterra (1-0). Ivan Cavaleiro, lesionado, deu o lugar a Mané, enquanto Ricardo Pereira surgiu surpreendentemente no banco, com Rafa a formar dupla de ataque com o extremo sportinguista.
© Georgi Licovski/EPA
Di Biagio tinha mais motivos para estar insatisfeito, depois da derrota na 1.ª jornada com a Suécia. Assim, o treinador dos azzurrini trocou meia equipa (cinco alterações) e os jogadores perceberam a mensagem. A selecção italiana entrou a todo o gás, tentando corrigir o desaire que não estava nos planos da nação com mais palmarés em Europeus sub-21: cinco títulos.
Portugal quase permitiu um golo no primeiro lance do jogo. Foi o mote para o que seguiria. A equipa das quinas sofria bastante para estancar a pressão adversária. Aos seis minutos José Sá voltou a evitar que a selecção nacional ficasse em desvantagem no marcador. A partida estava animada, veloz e interessante.
Os papéis pareciam inverter-se. Portugal jogava fechado e esperava recuperar a bola para lançar rápidos contra-ataques, a Itália lançava-se com tudo na direcção da área portuguesa.
Aos 27’ José Sá parou um remate de Benassi que levava o carimbo de golo. O guarda-redes do Marítimo voltava a estar em grande, tal como contra a Inglaterra, e frustrava todas as tentativas dos futebolistas italianos. Portugal, que não acertou nenhum dos poucos remates na direcção da baliza durante a primeira parte, até teve a melhor ocasião de golo. João Mário falhou incrivelmente – a finalização continua a ser um handicap, tal como demonstrou durante a época no Sporting – o 1-0 depois de um grande passe de Sérgio Oliveira.
Os azzurrini não mereciam sair para o intervalo a perder; mas ninguém do lado nacional se importaria, ainda para mais contra uma selecção que historicamente vence os adversários com um futebol de contenção. Il catenaccio, isso mesmo.
Começar mal… parte II
A falta de atenção no primeiro lance do jogo podia ter custado caro aos portugueses, que não aprenderam a lição e voltaram a entrar totalmente desconcentrados. Poucos segundos depois do reinício, José Sá viu a bola embater na barra, após um cabeceamento de Belotti.
© Georgi Licovski/EPA
A sorte, que tantas vezes reclamamos faltar, desta vez estava do nosso lado. O jogo continuava animado e disputado, com incerteza no resultado. A Itália não baixava os braços mas continuava a esbarrar em José Sá. Foi, sem dúvida, um dos protagonistas no ponto conquistado.
O_domínio italiano não trazia nada de novo ao encontro e as ocasiões de golo dos azuis começavam a ser cada vez mais escassas.
Acabar bem
Começaram a sair os trunfos dos bancos de suplentes. Aí, com mérito, Rui Jorge virou a partida a favor da selecção nacional. Gonçalo Paciência foi o primeiro e o avançado portista entrou bem no jogo, ocupando o lugar de ponta-de-lança que a equipa não tinha tido até aí. Iuri Medeiros seguiu-se e, aos poucos, era Portugal que ficava por cima.
À excepção de um ataque perigoso da Itália aos 84’, os lances de perigo aconteciam agora perto da baliza de Bardi. Iuri quase marcou aos 87’. Portugal terminou por cima, embora o empate seja o resultado mais justo.
A Suécia é o próximo adversário (19h45). A vitória garante o 1.º lugar do grupo, o empate pode levar na mesma a equipa às meias-finais, ao mesmo tempo que assegura um lugar nos Jogos Olímpicos (Rio 2016). Se não vencer, Portugal fica dependente do resultado do outro jogo, entre Inglaterra e Itália.