Um amigo vale uma fortuna
Alguns documentos secretos sugerem que os líderes sauditas negociaram com a Irmandade Muçulmana no Egipto após a revolução que depôs o presidente Hosni Mubarak, um velho aliado saudita. A Irmandade garantiu a Riade que poderia garantir que Mubarak não acabaria na prisão se lhe fossem entregues 10 mil milhões de dólares. Contudo, uma nota feita à mão no documento em que é feita esta revelação diz que “não é uma boa ideia pagar um resgate por Mubarak”, isto porque não era certo que a Irmandade conseguisse impedir a sua condenação.
A luta pelo coração islamita
Um dos principais focos de muitos dos documentos secretos sauditas testemunha os esforços da potência sunita para combater a influência regional do seu grande rival, o Irão (xiita), bem como alguns aliados iranianos como o Hezbollah, grupo militante xiita libanês. Há ainda a referência num documento à pressão que Riade fez para que um servidor de satélite árabe bloqueasse o sinal de uma estação televisiva iraniana.
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Vistos de peregrinação
Quanto à situação iraquiana, os sauditas fizeram de tudo para dar força aos líderes da oposição ao então primeiro--ministro, Nuri al-Maliki, líder xiita. Um dos documentos revela que o reino entregou dois mil vistos de peregrinação ao principal rival de al-Maliki, Ayad Allawi, para que este os distribuísse como bem entendesse.
O amigo cristão libanês
Um documento da embaixada saudita em Beirute dava conta do pedido de um político cristão, Samir Geagea, que queria dinheiro para salvar o seu partido de problemas financeiros. O documento chamava a atenção para o bom comportamento de Geagea, que defendera o reino em várias entrevistas e se opusera firmemente ao governo sírio do presidente Bashar al-Assad (aliado do Irão). O relatório garante ainda que o político se mostrou “preparado para fazer o que quer que fosse que o reino lhe pedisse”.