O número certo apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é 59,5 milhões e é o mais alto de que a ONU tem registo. Os dados referem-se a pessoas que estavam fora dos seus locais de residência até ao final de 2014, por motivos como conflitos, violação dos direitos humanos e perseguições.
O relatório abrange os números de refugiados (19,5 milhões), deslocados internos (38,2 milhões) e requerentes de asilo (1,8 milhões), segundo o balanço divulgado, esta quinta-feira, pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Crianças representam neste momento 51% do total dos refugiados
O número total de refugiados tem vindo a aumentar desde 2011, registando-se, nos últimos três anos, um aumento de 40%. Já entre 2013 e 2014, o crescimento foi de 8,3 milhões de pessoas e representou o maior aumento de sempre.
A maioria dos 59,5 milhões de deslocados, refugiados e requerentes de asilo são crianças, que representam neste momento 51% do total dos refugiados.
Segundo o mesmo relatório, a Turquia tornou-se, pela primeira vez, no país que mais abriga refugiados em todo o mundo, seguindo-se o Paquistão e o Líbano. Já o principal país de origem é a Síria. Uma tendência explicada pela guerra civil que há mais de quatro anos assola o país e não parece ter fim à vista.
António Guterres, Alto-comissário para os Refugiados das Nações Unidas, diz que "estamos a assistir a uma mudança de paradigma, a um resvalo para uma era em que a escalada de deslocações forçadas está a superar claramente o que vimos antes".
Ajuda humanitária insuficiente é o que Guterres revela ser o grande drama. "Já não é possível. Cada vez mais pessoas estão a sofrer e para muitas delas não há hipótese de serem ajudadas", lamenta.