Protecção da Natureza. Assistente no processo crime de morte de lince envenenado

Protecção da Natureza. Assistente no processo crime de morte de lince envenenado


A LPN recorda que há “demasiados anos” ocorrem casos de uso ilegal ou negligente de venenos, resultando, em muitos casos, na morte de espécies protegidas por lei e ameaçadas de extinção.


A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) anunciou esta terça-feira ter-se constituído como assistente no processo crime relacionado com a morte de um lince ibérico, envenenado, em Março, e apelou ao fim do uso ilegal de venenos.

A organização de defesa da natureza "anuncia ter-se constituído como assistente no processo crime associado à morte de um exemplar de lince-ibérico ocorrida em Março", refere um comunicado da LPN divulgado esta terça-feira.

"Perante repetidos casos de envenenamento que resultam na morte de espécies protegidas e ameaçadas de extinção, a LPN apela à acção firme da sociedade civil e do Estado português na luta contra o uso ilegal de venenos", salienta o documento.

"Invariavelmente, estas situações repetem-se sem que sejam apuradas responsabilidades, perpetuando-se a impunidade e a falta de soluções eficazes para combater esta ameaça à conservação da natureza", acusa a Liga.

A utilização de produtos tóxicos como veneno para eliminar animais silvestres ou domésticos "é ilegal", alerta a LPN, além de representar "uma grave ameaça" à saúde pública e à biodiversidade.

Depois da morte de vários animais de espécies protegidas, como águias, abutres e o lince ibérico fêmea, a LPN decidiu constituir-se como assistente no processo crime neste último caso para "colaborar com o Ministério Público na investigação, dedução e sustentação da acusação".

Embora reconhecendo as dificuldades inerentes à reintrodução de uma espécie na natureza, e não colocando em causa a relevância das libertações de lince-ibérico, a LPN salienta não poder deixar de alertar para a necessidade de conhecer e minimizar os riscos.

A organização defende ser necessária "mais e melhor acção" nos casos de violação da lei e nos crimes associados ao uso ilegal de veneno, assim como um maior envolvimento e articulação entre as diferentes entidades.

A fêmea da espécie lince ibérico Kayakweru, libertada na natureza em Fevereiro, foi encontrada morta em meados de Março, em Mértola, e os resultados da necropsia realizada e da análise forense da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa revelaram que foi morreu envenenada.

Lusa