O campeonato nacional conquistado em 2010/11 está cada vez mais distante. A crise do Milan agudizou-se e as classificações são o reflexo perfeito disso: segundo em 2012, terceiro em 2013, oitavo em 2014 e décimo em 2015. Os resultados não agradam, o histórico rossonero perdeu influência num campeonato dominado pela Juventus e os adeptos anseiam por uma recuperação. É aqui que entra o tailandês Bee Taechaubol. Não por ser um génio do futebol, mas por ter aquilo que cada vez mais clubes no futebol moderno desejam: dinheiro, muito dinheiro.
O negócio estava a ser alinhavado há muito – o i escreveu sobre isso a 17 de Março –, mas faltava o acordo final entre Silvio Berlusconi e o magnata asiático.Era preciso definir não só a percentagem de venda como também o valor. Feitas as contas, houve 480 milhões de euros a mudar de mãos por 48% do capital social. Ou seja, o Milan foi avaliado em mil milhões de euros.
Berlusconi ficou radiante com a possibilidade de Taechaubol projectar a marca nos mercados asiáticos, mas a prioridade é para dentro de casa: é preciso dar uma nova vida ao Milan, de forma a que possa investir na equipa de futebol e voltar a lutar por títulos, que escapam desde a Supertaça italiana, ganha em 2011/12.
Bee Taechaubol não chega sozinho ao Milan. O grupo Doyen, conhecido pela influência que tem como fundo de investimento de jogadores, é o braço-direito do tailandês e vai assumir a gestão desportiva do clube. Dessa forma, tornou-se natural a expectativa de o Milan poder vir a atacar jogadores com um passado de ligação ao grupo, que está a travar um processo judicial com oSporting na sequência da transferência de Marcos Rojo para o Manchester United.
A Doyen desmentiu numa primeira fase, em Maio, todos os jogadores que foram dados como alvos, mas a segunda vaga de ataque, agora que todas as competições já terminaram, promete trazer novidades. E Portugal prepara-se para assumir um lugar de destaque. A começar por André Villas-Boas – treinador doZenit –, que terá recusado suceder a Filippo Inzaghi no comando técnico por não sentir que o clube reúne as condições necessárias para conseguir uma evolução sem intranquilidade.
No que diz respeito aos jogadores, a conversa é outra. E aí, tal como aconteceu no passado com o Chelsea de Abramovich e o Dínamo Moscovo de Alexei Fedorichev, o plantel do FCPorto pode ser o grande foco de ataque. Agora já não há PauloFerreira, RicardoCarvalho, Costinha, Maniche e Derlei, mas existem Brahimi e Jackson Martínez. E foi tendo em vista a contratação do argelino e do colombiano que o vice-presidente do Milan, AdrianoGalliani, esteve no Porto esta semana. No caso de Brahimi, 80% dos direitos económicos pertencem à Doyen. Em Maio, o fundo de investimento garantiu que não tem poder de decisão sobre o futuro dos jogadores com direitos partilhados, mas isso não garante que as boas relações com o FCPorto não possam vir a ajudar futuras negociações, com outras contrapartidas.
E se o regresso de ZlatanIbrahimovic, agora no PSG, pode ser a grande prioridade, o primeiro negócio deverá passar pelo médio Geoffrey Kondogbia. O francês de 22 anos actua no Monaco desde 2013 e pertence à carteira de jogadores da… Doyen Sports.