NomadMovement. Os viajantes do mundo unidos numa rede social

NomadMovement. Os viajantes do mundo unidos numa rede social


Nunca mais se vai esquecer do nome daquele monumento de que tanto gostou. 


Já todos nós enquanto viajantes tivemos este problema. Perdemos as fotos dos locais por onde passámos, esquecemo-nos do nome daquele sítio onde fomos tão felizes ou, pior ainda, as memórias das nossas viagens estão tão dispersas entre cadernos, pastas de computador e telemóveis que juntar tudo seria tarefa para durar uma eternidade. Nómadas do mundo, estes problemas chegaram agora ao fim.

A NomadMovement é uma rede social de diários de viagem que permite criar um álbum para cada aventura e onde se podem partilhar fotos e vídeos. Os amigos podem “gostar”, comentar e até acompanhar o percurso por ordem cronológica, através dos conteúdos publicados. A ideia surgiu há um ano quando João Monteiro, um dos fundadores, se apercebeu de que as melhores viagens da sua vida estavam perdidas por diversas plataformas. Eureca: “Pensei que era preciso inventar uma forma de agregar e organizar todo o conteúdo de viagem num único lugar para que ficasse para a posteridade.” Os álbuns antigos que os pais e avós fizeram “e que tanto prazer dá recordar” foram o ponto de partida: “Quis transportar para o digital os álbuns que se faziam quando se revelavam fotografias.”

A João juntaram-se como co-fundadores Pedro Mendes, Vasco Vinhas e Francisco Sousa Otto. O gosto comum por conhecer outras culturas uniu os quatro amigos para se lançarem numa startup. A NomadMovement foi criada em Fevereiro e nos últimos dois meses conseguiu ultrapassar os três mil utilizadores. Na NomadMovement, cada um tem um perfil onde surgem todos os álbuns que criou. Depois é só clicar num deles e ver os conteúdos publicados durante essa aventura. As viagens podem assumir diferentes modelos: há uma barra de pesquisa onde se pode procurar “desde um fim-de-semana no Alentejo, um gap year, passando por um álbum inteiro dedicado a uma cidade”, explica Francisco Otto Sousa. As funcionalidades, por outro lado, são as habituais nas redes sociais: “O utilizador tem de criar uma conta, com email ou Facebook, e pode adicionar e seguir amigos, seguir pessoas com um perfil de viagem idêntico e gostar ou comentar outras publicações.”

Lembra-se de quantas vezes perguntou a um amigo o que deveria visitar em determinado destino? Esses dias também acabaram: “O NomadMovement permite que a pessoa saiba no momento o que é que os amigos fizeram em determinado local, permitindo organizar a rota de uma forma muito mais pessoal”, diz João Monteiro. O objectivo da rede social é também inspirar cada um de nós a aventurar-se pelo mundo.

REde social A intenção da NomadMovement não é substituir uma rede social generalista – como o Facebook ou o Instagram –, mas complementar. “Cada utilizador pode publicar os seus registos no NomadMovement e, com apenas um clique, consegue partilhar nas suas restantes redes sociais”, explica a equipa. A grande diferença, defendem, é que esta rede dá a oportunidade de criar um diário e organizá-lo à medida de cada viajante. É também mais vantajoso que um blogue, “uma vez que permite que não se perca a dinâmica”, conta João Monteiro, acrescentando que estar numa rede social leva também a aventura a mais pessoas.

Por enquanto, apenas 10% dos utilizadores são estrangeiros, mas os fundadores olham para a NomadMovement como “um projecto global”. Também por isso, todo o site foi desenvolvido em inglês e está aberta uma ronda de investimento com o objectivo de fortalecer o marketing, tanto em Portugal como lá fora. O projecto já foi apresentado em Dublin no Web Summit, o maior evento de inovação da Europa. “As pessoas perceberam que não era só uma plataforma social, mas também um sítio onde se podia guardar de forma organizada todo o conteúdo da viagem.”

A rentabilidade ainda não é uma questão que preocupe os fundadores: “Se nos concentramos nisso, perdemos a preocupação com o produto. Estamos focados em perceber o que os utilizadores querem.”

Até ao final deste mês espera-se o lançamento da aplicação da NomadMovement para dispositivos Android: “A grande maioria dos viajantes faz-se acompanhar de smartphones e tablets, e é com estes que registam a experiência”, conta Francisco. Os nómadas vão poder partilhar um conteúdo no exacto momento em que o telemóvel captou. Para que não existam mais desculpas.