As dez mesas que exigem dez viagens

As dez mesas que exigem dez viagens


Veja os destinos e pondere uma viagem.


El Celler De Can Roca, em Girona, Espanha, retira o título de melhor restaurante do mundo ao Noma, Copenhaga, que agora figura no terceiro lugar do pódio. Quanto aos portugueses, aparecem na posição n.o 91 (Belcanto) e 98 (Vila Joya) logo no primeiro ano em que a lista “The World’s 50 Best Restaurants” selecciona cem. Veja os destinos e pondere uma viagem.

01. El Celler De Can Roca

Girona, Catalunha,Espanha (pelo menos até ver). Uma tradição nesta coisa de ter o melhor restaurante do mundo, agora em 2015. A culpa é do clã Roca – Joan é o headchef, Jordi trata da pastelaria, e Josep dos vinhos – três irmãos que já em 2013 tinham erguido este troféu. El Celler De Can Roca é uma herança de família, o resultado de uma tradição humilde iniciada pelos seus pais. Este neto abriu em 1986 e soma prémios atrás de prémios. Com espaço para 55 pessoas, é também um centro de pesquisas em torno de alimentos selvagens e de enorme raridade. 
Preço médio: 225€ 

02. Osteria Francescana
Estamos agora em plena Emilia-Romagna, aquela região no Norte de Itália que nos gera uma fome instantânea. É por aí que encontramos o segundo melhor desta lista, canto de Massimo Bottura na cidade medieval de Modena, aberto desde 1995. É certo que Bottura é daqueles chefes versão rockstar, com cartas dadas em todo o mundo, mas a forma como reinventa a tradição italiana não deixa dúvidas: a Osteria Francescana merece bem
este lugar.
Preço médio: 150€

03. Noma
Para apresentar o restaurante em questão, basta dizer o seu nome: Noma. Fundado em 2004 na capital dinamarquesa, o quartel-general de René Redzepi é uma influência para todo o mundo gastronómico, com um cunho de sazonalidade que o faz trocar de menus volta não volta. 2014 foi um ano em cheio para o Noma, que venceu este prémio e esteve aberto em Tóquio durante cinco semanas, a deleitar os seus fãs nipónicos. Daí trouxe experiências e ingredientes que se tornam obrigatórios no regresso à Dinamarca. Dizem que os camarões doces envoltos em folhas de ramson são de ir aos céus. 
Preço médio: 300€

04. Central
O Peru não é só Machu Picchu. Que o diga Virgilio Martínez, a cara deste Central, o melhor restaurante da América Latina em 2014, situado em Lima. Daí que não seja surpresa a posição que ocupa neste ranking. Aqui cabe tudo. A biodiversidade peruana aliada à preponderância dos Andes na gastronomia local originam invenções de génio. É ainda o lugar onde muitos peruanos provam alimentos de outras latitudes. 
Preço médio: 120€ 

05. Eleven Madison Park
O chefe Daniel Humm e o manager Will Guidara conheceram-se há uma década, apresentados pelo lendário empresário ligado à restauração Danny Meyer. Foi ao mesmo que em 2011 compraram o Eleven Madison Park, em Nova Iorque. Omelhor restaurante da América do Norte em 2014 é um misto de comida de excelência, entre a sua Nova Iorque e a adorada Europa, e de serviço de topo. Muito do que se vê no cardápio são experiências interactivas em que, por exemplo, num prato com quatro tipos de carne, o cliente tenta adivinhar a que animais pertencem. Enfim, Nova Iorque.
Preço médio: 190€ 

06. Mugaritz
No Mugaritz, em San Sebastian, o estranho entranha-se. Apesar de por aqui não existir menu, os clientes são guiados por uma experiência sensorial entre técnicas de cozinha distintas, com 24 opções adaptadas a cada um, gostos e dietas incluídos. O chefe Andoni Luiz Aduriz, que muito bebeu do mítico Ferran Adrià quando estagiou no El Bulli, é o responsável pelo segundo melhor restaurante espanhol… e sexto do mundo. Espanha vai bem. 
Preço médio: 235€ 

07. Dinner by Heston Blumenthal
Qualquer coisa onde se possa ler “by Heston Blumenthal” é um sucesso imediato, ainda que muitos tenham duvidado da capacidade de este espaço londrino destronar o icónico The Fat Duck, em Bray, Berkshire. Aqui, quem manda na cozinha é o seu eterno braço-direito, Ashley Palmer--Watts, que carrega a herança gastronómica do Reino Unido. 
É isso em pleno século XXI.
Preço médio: 130€ 

08. Narisawa
Num restaurante japonês só há uma regra: as estrelas da companhia são os produtos japoneses. No Narisawa, do chefe Yoshihiro Narisawa, a coisa é seguida à risca, ainda que, na sua concepção, uma influência francesa se faça sentir bastante. O vinho, de diversas regiões do globo, bem como a ligação com o que lhe servem no prato, está garantido. Omelhor restaurante asiático é uma vedeta em todo o mundo.
Preço médio: 145€ 

09. D.O.M.
Alguém que represente a língua portuguesa no top-10, já que Portugal só surge no top-90. O D.O.M. nasceu em São Paulo à boleia do reconhecido chefe brasileiro Alex Atala, uma figura pública no seu país. Os seus mais de 200 mil seguidores no Instagram perdem-se em elogios às suas viagens pela Amazónia em busca de novos ingredientes. Os mesmos que são o elemento de equilíbrio na ementa do D.O.M., onde assumem papel de destaque. A par disto, claro, a cachaça e todas essas coisas que cheiram e sabem a Brasil. Tudo em bom.
Preço médio: 225€ 

10. Gaggan
Por fim, Banguecoque. Foi na Tailândia que o chefe indiano Gaggan Anand decidiu criar raízes. Com experiências distintas – um estágio no El Bulli, de Adrià, e os sabores da sua cidade natal, Kolkata, onde impera a street food –, Gaggan leva a gastronomia indiana a um nível diferente. Um apaixonado pela técnica que adora utilizar nitrogénio líquido, fumo e ingredientes desidratados nos seus pratos. O restaurante simula uma casa colonial… faça como se estivesse em casa. 
Preço médio: 100€