Dois casos que não se deixaram abalar pela construção

Dois casos que não se deixaram abalar pela construção


Para contornar a crise, a Dyrup arranjou um parceiro e a Jofebar “atacou” o mercado internacional.


É verdade que um dos sectores que mais sofreram com a crise foi o da construção. Só nos últimos quatro anos, caiu 30% em valor. Mas também é verdade que, apesar das dificuldades, nem todas as empresas da fileira foram na corrente. A Dyrup e a Jofebar são exemplos disso. A primeira obteve um crescimento de 3% em facturação em 2014. E para este ano ainda perspectiva melhores dias, esperando um crescimento a dois dígitos, mesmo acima do que é esperado para o mercado. A segunda fechou o ano com uma facturação de 30 milhões de euros, associada ao sistema de janelas PanoramAH!. Ambas foram apanhadas pela conjuntura económica, mas recuperaram. A Dyrup arranjou um parceiro, a Jofebar “atacou” o mercado internacional.

“Claro que a Dyrup já fazia parte do top das maiores empresas produtoras de tintas nacionais, mas o facto de termos incorporado o grupo n.o 1 mundial em revestimentos (PPG Industries), em 2012, mesmo no auge da crise, teve um impacto fundamental na abordagem positiva ao mercado pela solidez que a PPG representa e pelas novas oportunidades de negócio que traz”, admitiu ao i o director de marketing do grupo, Pedro de Goulart Mendes. Agora, o objectivo é alcançar a liderança de mercado em todos os países onde actua. E vai no bom caminho: os resultados do primeiro trimestre já se aproximam da tendência necessária para atingir a meta traçada para 2015. Para manter a aposta no desenvolvimento de negócios com os actuais parceiros e continuar a alargar a sua gama de produtos, conta actualmente com 150 trabalhadores – apenas menos 90 que a Jofebar. Esta empresa, líder nacional na produção de soluções minimalistas de janelas, está há 30 anos no mercado. É 100% portuguesa e tem como objectivo investir este ano dois milhões de euros na ampliação da unidade fabril, “o que se traduz no aumento da capacidade de produção e em novos postos de trabalho”, garantiu ao i a directora de marketing da Jofebar, Ana Fernandes.

Para garantir o seu sucesso, a empresa apostou em alguns mercados “que estão a tornar-se muito interessantes e a assegurar que continua a produzir no país”. Contudo, “a Jofebar já deixou de depender de Portugal, e até da península Ibérica, há algum tempo”, afirmou a profissional. Neste momento, a proporção de negócio da firma é de 20% no mercado nacional e de 80% no internacional. Mas estes números não foram intencionais. Houve, sim, uma necessidade de a empresa se adaptar à realidade. “Tínhamos muito trabalho em Portugal e Espanha e, de repente, deixámos de ter”, explicou Ana Fernandes, acrescentando que “ao mesmo tempo surgiu a oportunidade para nos expandirmos a outros mercados”. Actualmente, a Jofebar está presente em 30 países com distribuição da marca PanoramAH!. Os principais mercados são a Europa ocidental – nomeadamente França e Alemanha –, a América do Norte e o México. Não é de estranhar que, face a 2014, só no primeiro trimestre já tenha registado um crescimento de 15%.

Depois de anos em queda, a renovação dos edifícios começou a registar sinais de recuperação, em especial a partir de 2014. A construção nova esteve praticamente parada mas, segundo Pedro Goulart Mendes, perspectiva-se uma recuperação efectiva entre 2015 e 2016.