TAP. Germán Efromovich em desvantagem?

TAP. Germán Efromovich em desvantagem?


O Barclays teve acesso aos dados apresentados pela Synergy em 2012 e está a assessorar a proposta de Neeleman.


A privatização da TAP continua a dar que falar. Desta vez, o que se discute nos bastidores é o facto de o Barclays ter tido acesso a informação importante da proposta da Synergy, de Germán Efromovich, em 2012, quando fazia assessoria financeira para a empresa estatal Parpública, e agora, três anos depois, estar a assessorar, no mesmo processo de privatização, o concorrente David Neeleman.

O i tentou contactar o Ministério da Economia e os dois concorrentes, mas não obteve qualquer resposta a tempo do fecho da edição. Fontes ligadas ao processo lembram que uma boa parte dos dados a que o Barclays ou os bancos que fazem assessoria financeira a estes projectos têm acesso são financeiros, mas não garantem que não contenham informação estratégica.

{relacionados}

Acreditam, no entanto, que o mercado da aviação comercial se transformou de tal forma nos últimos três anos que não faz muito sentido utilizar números que, nesta altura, já estariam “obsoletos”.
Não tão obsoletos que não tenham levado o próprio Barclays a perguntar ao governo português, como perguntou, se via algum inconveniente em que a instituição assessorasse a proposta de David Neeleman. O executivo não viu problema.

O i contactou alguns advogados e a expressão “conflito de interesses” foi utilizada diversas vezes. À boca pequena já se questiona a transparência do processo.
Efromovich, dono da Avianca, tentou comprar a TAP em 2012, mas a sua proposta, na altura a única a concurso, foi recusada pelo governo, que alegou que o empresário não apresentou as garantias bancárias exigidas.

Melhorar As duas empresas que estão agora envolvidas na privatização da TAP têm até 5 de Junho para melhorar as suas propostas. De acordo com a resolução do Conselho de Ministros publicada ontem em Diário da República, “o prazo para se proceder à apresentação de propostas vinculativas melhoradas e finais de aquisição de acções objecto do processo de venda directa de referência, em conformidade com as regras estabelecidas no aludido caderno de encargos, termina às 17 horas do dia 5 de Junho de 2015”.

O caderno de encargos do processo de privatização determina “que a duração do processo de venda directa de referência e a sua eventual prorrogação são determinadas por despacho da Ministra de Estado e das Finanças, com faculdade de subdelegação na Secretária de Estado do Tesouro”.

Nestes termos, estabelece- -se que o período para a realização da fase de negociações prevista no caderno de encargos, que constitui o Anexo I à Resolução do Conselho de Ministros n.o 4 -A/2015, de 20 de Janeiro, iniciou-se quarta-feira.

Desta vez, o governo rejeitou a proposta que a Quifel, a holding do empresário Paes do Amaral, apresentou a concurso para comprar a TAP. Na corrida mantêm-se o SAGEF, constituído pela Synergy Aerospace Corp. e por Germán Efromovich, e o Gateway, constituído pela DGN Corporation e pela sociedade HPGB.