Estão situadas em campos de tráfico de humanos improvisados na fronteira entre a Malásia e a Tailândia e a contagem de corpos que escondem ainda não foi concluída. São pelo menos 139 valas comuns, diz a polícia da Malásia, que têm estado a ser desenterradas desde 11 de Maio, altura em que o número de refugiados bangladeshianos e muçulmanos Rohingya começaram a encher o mar de Andamão em pequenos botes – e a serem recusados e abandonados à morte elas autoridades de diversos países do Sudeste Asiático.
Aos jornalistas, Khalid Abu Bakar, o chefe da polícia nacional malaia, disse no domingo à noite que algumas das valas comuns contêm mais de um corpo e que todas estão situadas em 17 campos desmantelados pelas autoridades do país nos últimos meses, que os traficantes terão usado nos últimos cinco anos para se aproveitarem do desespero de cidadãos do Bangladesh e de muçulmanos da minoria Rohingya fugidos da Birmânia.
O facto de estes campos terem sido destruídos pelas autoridades terá forçado os traficantes a começar a usar as passagens marítimas, cobrando aos refugiados preços proibitivos – entre 1600 e 2400 dólares por pessoa – sob a promessa de os ajudarem a encontrar vidas melhores nos países vizinhos. A maioria é colocada em botes minúsculos e enviada para o mar, onde é abandonada à sorte tanto pelos traficantes como pelas nações da região que se têm recusado a acolhê-las.
A descoberta destas valas segue-se a uma outra operação pelas autoridades tailandesas em que foram encontradas sepulturas idênticas. Tanto a Tailândia como a Malásia são tidas como pontos de passagem importantes para os milhares que estão a fugir do Bangladesh e da Birmânia.
Segundo Bakar, os campos de maior dimensão onde as valas foram detectadas, ao longo de cerca de 50 km na fronteira malaia-tailandesa, poderão ter albergado até 300 pessoas. As autoridades da Malásia estão a exumar os corpos para perceber se foram vítimas de tráfico humano, adiantou o chefe da polícia.