RIR Las Vegas. Luz a mais na cidade do pecado

RIR Las Vegas. Luz a mais na cidade do pecado


Bilhetes a 220 euros e falta de cultura festivaleira travaram enchente.


Ali a meio da Las Vegas Strip, a maior avenida da cidade, a cidade do Rock instalou-se com tudo aquilo a que sempre tem direito: três Rock Streets, uma roda gigante – que na verdade era só grande –, uma tenda VIP e vários palcos espalhados por um recinto bem mais pequeno do que aquele que geralmente é montado no Parque da Bela Vista, em Lisboa.

O primeiro Rock in Rio (RIS) EUA terminou este fim-de-semana, com dois dias dedicados à música pop. Cabeças de cartaz? Taylor Swift, no dia 15 de Maio, e Bruno Mars, no dia 16. Em nenhum dos dias o espaço encheu, apesar das expectativas. Pouco mais de 40 mil espectadores em cada dia, números que Roberta Medina acabou por desvalorizar em declarações à agência Lusa. "As pessoas sabem que é difícil implementar [o festival], têm desconfiança e o mercado é muito competitivo”. A responsável pela organização mostrou-se, no entanto, muito satisfeita com a primeira edição do festival em terras do Tio Sam, e esbanjou boa disposição durante os dias e em torno de todo o recinto.

Várias personalidades portuguesas como Ricardo Pereira e Sara Sampaio estiveram presentes no festival, onde o povo brasileiro foi um dos que mais e fez notar. Aliás, a Rock Street dedicada ao Brasil era a que reunia mais afluência, com o grupo Terra Celta, por exemplo, a garantir um público bastante generoso nos últimos dois dias de RIR.

Já Taylor Swift, que cantou numa gelada noite de sexta-feira, deixou a desejar. A cantora fez demasiados playback num espectáculo sem ritmo. De duas em duas músicas trocava de roupa, enquanto dava ao público um vídeo onde as amigas dissertavam sobre as suas qualidades enquanto artista e cantora. As recorrentes introduções às canções – “esta escrevi quando percebi o que era o amor”  – não ajudaram a fidelizar um público que esperava um espectáculo mais natural da cantora de 25 anos. E que precisava de mais animação para poder não sentir o frio. Destaque para as pulseiras distribuídas à entrada do recinto, que piscavam ao som das músicas da artista norte-americana, fazendo com que o público parecesse parte do concerto. A única questão é perceber se Vegas precisa, realmente, de mais luz.

Antes de Swift, Ed Sheeran tinha ocupado o palco principal – voltaria para um dueto com a cantora – só que também não encantou. O concerto foi consistente mas não conseguiu criar a energia que geralmente se pedem a espectáculos desta envergadura. No mesmo dia, James Bay ocupou com sucesso o palco Merccedes-Benz Evolution, logo seguido de Tove-Lo (que decidiu mostrar um seio durante o concerto) e de Jessie J.

No dia 16, John Legend e Bruno Mars viram o recinto encher mais um pouco, mas longe daquilo a que o RIR nos habituou em terras lusas. A verdade é que Las Vegas tem tanta oferta que dificilmente o festival se destaca entre as luzes de uma cidade que nunca dorme ou tem descanso. Além de que 220 euros – o preço do bilhete para cada dois dias – é um valor bem apelativo para quem gosta de jogar nos intermináveis e omnipresentes casinos de Vegas.

Seja como for, o contrato feito prevê que o festival regresse à cidade do pecado já daqui a dois anos, e também em 2019.

Este ano, Roberta Medina faz o evento regressar a terras brasileiras entre os dias 18 e 27 de Setembro – com excepção para os dias 21, 22 e 23. Pelo palco Mundo do Rio de Janeiro passarão os Metallica, Elton John, Queens of Stone Age, Slipknot, Rihanna e Katy Perry  entre outros. Para o festival do Brasil, que celebra também os 30 anos de Rock in Rio, os bilhetes já estão esgotados, segundo o site oficial do RIR.