As câmaras municipais têm vindo a diminuir a sua dívida à Águas de Portugal. O montante foi de 514,2 milhões de euros no final de 2014, contra 559,8 milhões de euros em Dezembro de 2013. Estes valores constam do relatório e contas consolidadas da empresa relativas ao exercício deste ano, esta terça-feira aprovado em assembleia geral.
«A evolução positiva dos recebimentos de clientes, que resulta em grande parte do esforço desenvolvido junto dos clientes municipais e nomeadamente do estabelecimento de acordos de pagamento, além de reduzir as necessidades de fundo de maneio do grupo em 13% face a 2013, permitiu igualmente retomar os investimentos mais urgentes, com uma taxa de execução muito superior à de 2013» disse Afonso Lobato de Faria, presidente do conselho de administração da AdP, durante a reunião magna. O gestor referiu-se também aos bons resultados ao nível da redução do peso dos gastos operacionais face ao volume de negócios do universo empresarial do grupo “fruto de todo o trabalho que vem sendo desenvolvido com vista à eficiência e sustentabilidade”.
O exercício consolidado de 2014 mostra uma melhoria acentuada dos principais indicadores económico-financeiros, como a redução do nível de endividamento líquido, que foi de 2,4 mil milhões de euros, representando um decréscimo de 94,4 milhões de euros relativamente a 2013.
Também os desvios tarifários, no montante de 16,2 milhões de euros (valor líquido de impostos diferidos e interesses minoritários), registaram um valor inferior ao de 2013 (24,2 milhões de euros), sendo o valor acumulado bruto das empresas do grupo de 590 milhões de euros.
O EBITDA ascendeu a 383,9 milhões de euros, o que representou um crescimento de 4,5% face a 2013. Para esta melhoria contribuiu sobretudo a redução dos custos operacionais em cerca de oito milhões de euros, além de outros ganhos operacionais não recorrentes.
O volume de negócios, que se cifrou em 792,8 milhões de euros em 2014, apresentou uma diminuição relativamente a 2013, devida sobretudo à redução do défice tarifário bruto em 20,6 milhões de euros.
Quanto ao resultado líquido, no montante de 102,4 milhões de euros em 2014, manteve-se em linha com o do ano anterior.
Do relatório destaca-se ainda o desenvolvimento e concretização das actividades relacionadas com a reorganização do grupo, no âmbito da reestruturação do sector das águas publicamente apresentada pelo Ministério do Ambiente em Outubro passado, bem como o desenvolvimento do processo de reprivatização da EGF, que culminou com a assinatura do contrato de compra e venda da EGF entre a AdP SGPS e o agrupamento SUMA, em Novembro.