O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Garcia Margallo, pediu esta segunda-feira à Comissão Europeia para rever a proposta de criação de quotas para os migrantes e refugiados na UE.
"O esforço solidário" exigido aos Estados-membros "deve ser proporcionado, justo e realista, o que não acontece com os critérios propostos pela Comissão Europeia", declarou Margallo, à chegada a uma reunião ministerial em Bruxelas.
"Creio ser necessário rever os critérios para fixar qual a capacidade real de um Estado", acrescentou.
Para o ministro, a proposta da Comissão Europeia não tem suficientemente em conta a taxa de desemprego e "o esforço passado" em matéria de acolhimento de refugiados e imigrantes.
O ministro espanhol destacou também o "esforço imenso", benéfico para "toda a UE", do seu país "para controlar a imigração que sai de Marrocos, da Mauritânia e do Senegal".
A Espanha ainda não se tinha pronunciado sobre o projecto de quotas para imigrantes e refugiados, uma medida comunitária para tentar responder ao fluxo de migrantes que atravessam o mar Mediterrâneo para tentar entrar na UE.
A França, o Reino Unido, Hungria, Polónia, República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia e a Eslováquia manifestaram já a sua oposição à proposta do executivo europeu.
O plano de acção para a imigração e acolhimento de refugiados, apresentado a 13 de Maio por Bruxelas, prevê quotas obrigatórias para uma repartição justa dos refugiados e, em caso de crise, da transferência de pedidos de asilo entre os Estados-membros da UE.
Esta é uma das medidas do plano de resposta da UE aos dramas migratórios no Mediterrâneo, após o naufrágio de uma embarcação ao largo das costas líbias há um mês.
No âmbito deste plano, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa europeus vão também delinear a operação naval de luta contra as redes de traficantes.
Lusa