Likes de apoio


A Internet chegou, viu e venceu.


Houve um tempo em que nós, jornalistas, não sabíamos nada. Sabíamos que tínhamos de informar, que devíamos informar, e mais nada.

Os telejornais, aqueles que passavam nas televisões pequenas, ainda a preto-e-branco, duravam o tempo que houvesse notícias para dar. Fossem dez minutos ou uma hora. Se nada mais havia a acrescentar, aparecia a locutora, por exemplo, a Isabel Bahia, a dizer-nos o que íamos ver a seguir.

Não se esticava o tempo do bloco noticioso com directos de duvidoso interesse noticioso nacional, quanto mais local. Por aí fomos caminhando, dividíamo-nos em redacções de jornais de referência e de tablóides, e vendíamos todos muito. Foi o tempo da aristocracia do jornalismo.

Depois mudou tudo.

Os media entraram em crise. Os jornais deixaram de vender. A Internet chegou, viu e venceu. E nós, os jornalistas, passámos a saber tudo.

Sabemos se a nossa notícia é lida por dez pessoas ou por dez milhões. Se se torna viral no Facebook ou se só consegue uns míseros likes de apoio dos amigos mais próximos. E chegámos à ditadura dos cliques.

Há quem só queira publicar (e pagar) as notícias que geram likes e há quem só queira publicar o que acha ser realmente importante. Algures entre a Maria-vai-com-as-outras e aqueles que se arrogam o direito de saber o que os leitores devem ler, há-de haver um meio-termo. E essa fórmula mágica nunca foi tão necessária.

Likes de apoio


A Internet chegou, viu e venceu.


Houve um tempo em que nós, jornalistas, não sabíamos nada. Sabíamos que tínhamos de informar, que devíamos informar, e mais nada.

Os telejornais, aqueles que passavam nas televisões pequenas, ainda a preto-e-branco, duravam o tempo que houvesse notícias para dar. Fossem dez minutos ou uma hora. Se nada mais havia a acrescentar, aparecia a locutora, por exemplo, a Isabel Bahia, a dizer-nos o que íamos ver a seguir.

Não se esticava o tempo do bloco noticioso com directos de duvidoso interesse noticioso nacional, quanto mais local. Por aí fomos caminhando, dividíamo-nos em redacções de jornais de referência e de tablóides, e vendíamos todos muito. Foi o tempo da aristocracia do jornalismo.

Depois mudou tudo.

Os media entraram em crise. Os jornais deixaram de vender. A Internet chegou, viu e venceu. E nós, os jornalistas, passámos a saber tudo.

Sabemos se a nossa notícia é lida por dez pessoas ou por dez milhões. Se se torna viral no Facebook ou se só consegue uns míseros likes de apoio dos amigos mais próximos. E chegámos à ditadura dos cliques.

Há quem só queira publicar (e pagar) as notícias que geram likes e há quem só queira publicar o que acha ser realmente importante. Algures entre a Maria-vai-com-as-outras e aqueles que se arrogam o direito de saber o que os leitores devem ler, há-de haver um meio-termo. E essa fórmula mágica nunca foi tão necessária.