Em dia de Eurogrupo, o eurocepticismo adensa-se. A Comissão Europeia sinaliza que está “preocupada” com o facto de a Grécia poder começar a falhar pagamentos, avança a Market News International. Segundo a mesma agência de informação, fontes de vários meios de comunicação social internacionais estão a deitar baldes de água fria no optimismo que este final de semana se fazia sentir. É que se por um lado o governo grego garante que está mais perto de chegar a acordo com os credores internacionais, estes não dizem o mesmo.
Recorde-se que no final de Abril, o governo do Syriza aprovou uma lei que obrigava as entidades públicas gregas – municípios e outros órgãos regionais – a passar todas as reservas para o banco central do país. O objectivo era garantir ao Executivo fundos que lhes permita continuar a pagar aos credores. No entanto, há imprensa grega a noticiar que um ‘default’ helénico está “mais perto do que nunca”.
{relacionados}
O Fundo Monetário Internacional está, desde a semana passada, no terreno e de mangas arregaçadas a tentar encontrar soluções para o caso de a Grécia não ceder. Varoufakis, o ministro das finanças grego, continua a insistir em que as cedências venham da parte dos credores. "Recordamos que o nosso Governo tem uma outra percepção do que significam as reformas e que as nossas reformas não possuem relação alguma com as práticas que contribuíram durante décadas para o subdesenvolvimento do país", referiu o responsável em comunicado.
Este final de semana, Wolfgang Schäuble, ministro das finanças alemão alertou para o risco de a Grécia entrar em “incumprimento acidental”. Em entrevista ao Frankfurter Allgemeine Soontagszeitung, o responsável deixou o aviso: “Experiências noutras partes do mundo mostram-nos que um país pode, subitamente, ficar sem capacidade de pagar as suas dívidas”. E aproveitou para lavar as mãos se tal acontecer.“Se falhar, não será por culpa nossa”.
Esta segunda-feira é dia de Eurogrupo, mas não se esperam grandes desenvolvimentos nas negociações que permitam libertar a tranche de 7,2 mil milhões de euros de que a Grécia precisa para não entrar em bancarrota. No entanto, é possível que a estratégia comece a endurecer, três meses depois de o Syriza ter formado Governo, e três meses sem se registarem quaisquer avanços nas negociações entre Europa e Grécia.