Manuel Maria Carrilho foi ontem condenado por três crimes de difamação com publicidade por ter afirmado, em várias entrevistas, que a ex-mulher Bárbara Guimarães foi violada pelo padrasto.
O antigo ministro terá agora de indemnizar o médico Carlos Teixeira Pinto em 25 mil euros por danos morais e acabou ainda condenado a 320 dias de multa à taxa diária de 20 euros (o que perfaz 6400 euros). Contas feitas, Manuel Maria Carrilho terá de desembolsar um total de 31 400 euros, fora as custas do processo. Em causa estão várias entrevistas em que o professor universitário e antigo ministro contou que Bárbara Guimarães foi violada pelo ex-padrasto, Carlos Teixeira Pinto. Inicialmente, Carrilho era acusado de sete crimes de difamação, envolvendo sete entrevistas com o mesmo conteúdo, mas o tribunal só deu como provadas três – tendo as restantes sido consideras reproduções.
Ontem, a seguir à leitura da sentença, a advogada de Carlos Teixeira Pinto disse-se satisfeita com a decisão da primeira instância do tribunal da comarca de Lisboa. “Estamos naturalmente satisfeitos, porque a honra e a dignidade do meu cliente foi reposta”, disse aos jornalistas.A representante do ex-padrasto de Bárbara Guimarães não deixou de lamentar, no entanto, que a decisão judicial “não tenha o mesmo impacto que tiveram as declarações [de Carrilho] à comunicação social”. O professor universitário ainda poderá recorrer da condenação, mas ontem não respondeu aos contactos do i.
O julgamento arrancou a 30 de Janeiro deste ano e a apresentadora de televisão Bárbara Guimarães foi arrolada como testemunha. Manuel Maria Carrilho afirmou, em Outubro de 2014 e numa altura em que já estava separado da apresentadora de televisão, que a ex-mulher tinha saído de casa aos 18 anos porque o padrasto tentava violá-la. Numa das entrevistas, ao “Correio da Manhã”, o antigo ministro do PS acusou a mãe de Bárbara de ser “fraca” por nunca ter impedido essas tentativas. Na mesma entrevista, Carrilho contou também que a apresentadora se alcoolizava “siste-maticamente no último ano” e com “a cumplicidade do pai”.
Recorde-se que a apresentadora e o antigo ministro da Cultura são, ambos, ofendidos e acusados num outro processo, por violência doméstica, e vão ser julgados ao mesmo tempo. Carrilho terá, segundo o despacho de acusação, ameaçado matar a ex-mulher e os dois filhos.
O Ministério Público acredita que a apresentadora foi agredida “física e psicologicamente” durante o casamento, vivendo num “estado de medo e inquietação”. Já Manuel Maria Carrilho acusa Bárbara Guimarães de violência psicológica, por lhe ter trocado as fechaduras de casa durante uma viagem a Paris e o ter impedido de ver os filhos. Estão igualmente a correr outros professos. Num deles, movido pela ex–mulher, Carrilho também é acusado de difamação.