O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social afirmou esta quarta-feira que o PS deve explicar como vai financiar a Segurança Social se retirar 9 mil milhões de euros através da redução da TSU (Taxa Social Única).
“Vi ontem que há uma proposta de retirar um financiamento muito importante para a Segurança Social que pode significar, ao longo da totalidade do período, cerca de 9 mil milhões de euros. É importante que alguém que faz uma proposta que retira 9 mil milhões de euros à Segurança Social diga como é que isso pode ser financiado”, salientou Pedro Mota Soares, à margem do 7.º Congresso da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
A redução da TSU, para trabalhadores e empresas, é uma das medidas previstas no relatório apresentado na terça-feira pelo líder socialista, António Costa, que define o cenário macroeconómico para os próximos quatro anos.
Pedro Mota Soares sublinhou que o financiamento “certamente não é feito com cortes de pensões a partir de 2026” e insistiu que “gostava de perceber do ponto de vista do Partido Socialista como é que o PS garante a sustentabilidade da Segurança Social.
Adiantou, por outro lado, que o Governo conseguiu sempre garantir uma linha de financiamento do Orçamento do Estado “para ultrapassar as dificuldades transitórias que um desemprego muito elevado, por exemplo, colocam a um sistema social”.
Questionado sobre um relatório da Caritas que monitoriza a situação dos sete países mais afectados pela crise na União Europeia e que coloca Portugal como o país em que o risco de pobreza e a exclusão social mais cresceu, Mota Soares afirmou que o documento “fala de rendimentos de 2013” e que já hoje discutiu com o presidente da organização “muitas das medidas que o Governo tem vindo a tomar depois desse período”.
Destacou, por outro lado, que “do ponto de vista do emprego Portugal começou a recuperar”, passando de uma taxa de quase 18% em 2013 para os atuais 14%, dizendo que “a criação de emprego é o apoio mais importante”, para diminuir a pobreza.
“Muitos dos problemas, como a pobreza infantil, têm a ver com a diminuição dos rendimentos das famílias que estavam desempregadas”, indicou Mota Soares.
Lusa