Estudantes a favor das praxes homenageiam vítimas do Meco


Quase uma centena de estudantes universitários homenageou hoje em Lisboa os seis jovens que morreram em dezembro na praia do Meco, acendendo velas e guardando seis minutos de silêncio. Os jovens concentraram-se ao fim da tarde de hoje na Praça do Comércio, usando trajes académicos, também para dizer que as praxes não são tradições negativas.…


Quase uma centena de estudantes universitários homenageou hoje em Lisboa os seis jovens que morreram em dezembro na praia do Meco, acendendo velas e guardando seis minutos de silêncio.

Os jovens concentraram-se ao fim da tarde de hoje na Praça do Comércio, usando trajes académicos, também para dizer que as praxes não são tradições negativas.

Na altura criticaram alguma comunicação social pela forma como tem tratado o assunto das praxes, depois da morte de seis estudantes da Universidade Lusófona na praia do Meco, em dezembro, e disseram mesmo que, por isso, têm sido alvo de ameaças quando andam trajados na rua.

“O que nós queremos demonstrar é que o ambiente é de união e que não há qualquer tipo de praxe abusiva, violenta ou de cariz sexual”, disse Frederico Campos, admitindo, porém, que, como em qualquer situação, possa haver exageros.

Pode haver abusos, “como os há na Igreja, no Governo e na Comunicação Social”, mas o que há por norma é a educação e o respeito, disse.

Foi também com “educação e respeito” que se juntaram na Praça do Comércio para “um encontro entre estudantes”, apesar de, disse, terem recebido “ameaças” de ir haver violência no decorrer da manifestação.

“Não viemos procurar confronto”, afirmou, reafirmando que há estudantes, ele mesmo por exemplo, já alvo de ameaças só por usarem traje académico, por “toda a especulação” sobre as praxes feita na imprensa.

Frederico Campos disse entender que haja outros estudantes que são contra as praxes e acrescentou estar convicto de que ainda assim a tradição não vai acabar.

A polémica sobre as praxes surgiu depois de seis estudantes da Universidade Lusófona terem morrido na zona do Meco, sul de Lisboa, em circunstâncias ainda por esclarecer. Todos faziam parte da comissão de praxes.

Além de servir para os universitários se manifestarem a favor das praxes a cerimónia foi também de homenagem, quando já noite acenderam as velas, guardaram silêncio e cantaram depois o “hino” académico, atirando as capas ao ar no final. Pelos “amigos” e pelos “colegas”.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico