Pires de Lima rejeitou a tese de que o pedido de demissão apresentado por Paulo Portas após a saída de Vítor Gaspar do governo, em Julho do ano passado – e que instaurou uma crise política no seio do executivo –, tenha sido uma “jogada política”. Para o presidente do Conselho Nacional do CDS, a atitude “irrevogável” do líder centrista “foi um momento fundamental” na viragem das políticas adoptadas.
Julho foi, para o dirigente do CDS, “um mês determinante”. Mas não por ter posto em risco a continuidade do governo liderado por Pedro Passos Coelho. “Julho foi um momento fundamental – entre o dr. Pedro Passos Coelho e o dr. Paulo Portas – de clarificação, que permitiu dar outra dimensão à governação neste segundo ciclo da legislatura”, disse esta noite Pires de Lima, no XXV Congresso do CDS, que terminará amanhã com a reeleição de Paulo Portas como presidente do partido.
Se sobre o fim do programa de assistência financeira Pires de Lima foi convicto – o CDS acertou definitivamente o relógio do largo do Caldas para o dia 17 de Maio –, quando a pergunta em cima é sobre o que virá a seguir, a questão permanece em aberto: “à irlandesa ou com cautelar, não dou por certo qual o melhor para Portugal”, disse o ministro da Economia.
Se a “saída limpa” é importante para o reforço da imagem do país junto dos credores, o cautelar “é uma coisa boa, que merece ponderação na altura própria”. Quando virá essa altura? Ainda ninguém arrisca dizê-lo publicamente.
Despedida?
Foi em jeito de despedida que Pires de Lima interveio perante os congressistas, quando está ainda por definir se o dirigente centrista aceitará o convite de Paulo Portas para ser reconduzido no lugar de presidente da Mesa do Conselho Nacional do partido.
Agradeceu às “várias mesas” daquele órgão do CDS com que trabalhou durante os seus sete anos de presidência, sublinhou o “sentido de cooperaçao institucional com a direcção do partido”, destacou o papel daqueles que “mostraram posições diferentes” da maioritária e dedicou uma palavra de parrticular agradeciumento “ao líder do partido”.