Liverpool 0Chelsea 2. No poupar é que está o ganho


David Luiz é um homem com queda para o protagonismo. Pelo incondicional amor a Portugal, pela farta cabeleira e também pelos acidentes provocados. Na terça-feira, por exemplo, no Vicente Calderón, com oAtlético Madrid, é o brasileiro quem empurra Raúl García na pequena área. O espanhol cai desamparado dentro da baliza e Cech tropeça nele.Como resultado,…


David Luiz é um homem com queda para o protagonismo. Pelo incondicional amor a Portugal, pela farta cabeleira e também pelos acidentes provocados.

Na terça-feira, por exemplo, no Vicente Calderón, com oAtlético Madrid, é o brasileiro quem empurra Raúl García na pequena área. O espanhol cai desamparado dentro da baliza e Cech tropeça nele.Como resultado, o guarda-redes cai mal e é prontamente substituído por Schwarzer. Já na segunda parte, David Luiz pisa John Terry e lá se vai o capitão.

Sem Cech nem Terry para Anfield, e agora? A trama adensa-se ao longo dos dias. Mourinho admite gestão de esforço para Liverpool com o pensamento na segunda mão da meia-final da Liga dos Campeões vs.Atlético na 4.ª feira. Gestão significa abdicar de Ivanovic, Cahill, Oscar, Hazard, Ramires e Eto’o.

O plano do treinador português passa por manter a quota checa no onze. Sai Cech, entra Kalas. Quem? O substituto de Terry. Defesa-central com apenas 20 anos de idade, internacional checo uma única vez, em 2012, é a única surpresa de Mou. “Sou apenas um jogador para treinos. Se eles precisarem de um cone, ofereço-me para o papel.” Humilde, este Kalas. É também o único inexperiente no onze de Anfield, entre Schwarzer (um jogo na Premier League 2013-14); Azpilicueta (27), Ivanovic (33), Kalas (0), Cole (14); Lampard (24), Mikel (22), Matic (14); Salah (7), Ba (17), Schürrle (27).

Sétimo classificado em 2012-13 (como oSporting em Portugal), o Liverpool é agora o líder isolado e está numa série de 11 vitórias seguidas. Se ganhar em casa ao Chelsea, é jackpot. Se não, o sonho do título de campeão que lhe foge desde 1990 torna-se uma ligeira angústia. Mourinho é especialista nisso mesmo de atazanar os outros, sobretudo o Liverpool (sete vitórias, um empate e uma derrota em nove jogos de liga).

O Chelsea começa mais forte, ao ataque contínuo, o Liverpool joga encolhido sem saber sequer sair do seu meio-campo. A situação inverte-se a partir dos 15 minutos quando Sakho falha um golo no coração da área.A partir daí, só dá Liverpool mas o goleador Suárez não aparece. Ao contrário de Gerrard. O capitão falha a recepção da bola no seu meio-campo e ainda escorrega. É-lhe fatal, porque Ba isola-se e faz o 1-0 aos 45’+2.

O mesmo golpe de teatro acontece aos 90’+2, quando Willian inicia e conclui a jogada do 2-0 com um sprint de 30 metros sem oposição. O passe, esse, é de Torres que vive uma semana incomum como ilustre visitante no Calderón e emAnfield, os estádios das suas duas ex-equipas. Ainda nesse registo, é incrível como o Chelsea não sofre qualquer golo nos jogos com o líder de Espanha e Inglaterra e ainda amealha 16 pontos em 18 possíveis com o top 4 da Premier League (o City aparece em segundo lugar deste raking, com menos de metade: sete).

Por falar neles, o City ganha fora ao Crystal Palace com assistência e golo de Yaya Touré (2-0) e vira o candidato mais forte ao título de campeão inglês por força daquele jogo em atraso com oAston Villa, a 7 de Maio. Se ninguém tropeçar até final, o empate pontual de City (+58) e Liverpool (+50) é resolvido pelos golos. Se se juntar à festa, o Chelsea não tem hipótese (+43).