Uma tatuagem


No i fiz amigos para a vida. Só quem passou pelo i consegue verdadeiramente entender outra pessoa que trabalhou no i. A capacidade de renúncia, a entre-ajuda, a incrível resiliência em momentos de extrema dificuldade são coisas que não acontecem todos os dias.


Confesso que odeio tatuagens no corpo. Na minha cabeça, identifico-as com os velhos marinheiros e os antigos combatentes (“Huambo 1965”) da guerra colonial. Não acho que façam nenhum corpo mais bonito.

Há, no entanto, tatuagens psicológicas. Coisas que nos aconteceram e ficaram parte de nós. Para mim o i é uma tatuagem dessas. O i é o jornal-lugar onde vivi momentos gloriosos, felicidades descomunais, angústias indizíveis, desesperos de ordem variada. Foram nove anos de uma experiência radical, onde era impossível (para o melhor e para o pior) um dia ser igual ao outro.

No i fiz amigos para a vida. Só quem passou pelo i consegue verdadeiramente entender outra pessoa que trabalhou no i. A capacidade de renúncia, a entre-ajuda, a incrível resiliência em momentos de extrema dificuldade são coisas que não acontecem todos os dias.

A tatuagem tem tanto poder que penso imensas vezes no i e muitas vezes, perante qualquer acontecimento, sendo hoje eu redactora-principal do PÚBLICO e muito feliz no sítio onde estou, penso “o que faríamos no i”.

Tive a felicidade de assistir ao nascimento de dois jornais, o Público e o i. No Público era das mais novas, no i das mais velhas. Tive a sorte de conseguir repetir, graças ao convite da Sílvia de Oliveira, do André Macedo e do Martim Avillez Figueiredo, a exaltação que é começar uma aventura a partir do zero.

O i passou por muitas mudanças, fazendo com que o seu slogan inicial – i num instante tudo muda – se tornasse um destino. Tudo mudou imensas vezes mas, ao longo de todas as mudanças, o espírito de equipa nunca esmoreceu.

Às vezes aparecem-me nas memórias do Facebook as capas do i e eu, que sou dada a nostalgias, fico ali parada a olhar e a pensar no arrojo de fazer capas assim.

Mas i num instante tudo muda. De diário o i passou a semanário e agora vai tornar-se uma peça importante no semanário Sol. Desejo a todos os envolvidos no processo – em particular ao Vítor, à Sónia e ao Zé, de quem tenho muitas saudades – as maiores felicidades.

Ex-diretora-adjunta

Uma tatuagem


No i fiz amigos para a vida. Só quem passou pelo i consegue verdadeiramente entender outra pessoa que trabalhou no i. A capacidade de renúncia, a entre-ajuda, a incrível resiliência em momentos de extrema dificuldade são coisas que não acontecem todos os dias.


Confesso que odeio tatuagens no corpo. Na minha cabeça, identifico-as com os velhos marinheiros e os antigos combatentes (“Huambo 1965”) da guerra colonial. Não acho que façam nenhum corpo mais bonito.

Há, no entanto, tatuagens psicológicas. Coisas que nos aconteceram e ficaram parte de nós. Para mim o i é uma tatuagem dessas. O i é o jornal-lugar onde vivi momentos gloriosos, felicidades descomunais, angústias indizíveis, desesperos de ordem variada. Foram nove anos de uma experiência radical, onde era impossível (para o melhor e para o pior) um dia ser igual ao outro.

No i fiz amigos para a vida. Só quem passou pelo i consegue verdadeiramente entender outra pessoa que trabalhou no i. A capacidade de renúncia, a entre-ajuda, a incrível resiliência em momentos de extrema dificuldade são coisas que não acontecem todos os dias.

A tatuagem tem tanto poder que penso imensas vezes no i e muitas vezes, perante qualquer acontecimento, sendo hoje eu redactora-principal do PÚBLICO e muito feliz no sítio onde estou, penso “o que faríamos no i”.

Tive a felicidade de assistir ao nascimento de dois jornais, o Público e o i. No Público era das mais novas, no i das mais velhas. Tive a sorte de conseguir repetir, graças ao convite da Sílvia de Oliveira, do André Macedo e do Martim Avillez Figueiredo, a exaltação que é começar uma aventura a partir do zero.

O i passou por muitas mudanças, fazendo com que o seu slogan inicial – i num instante tudo muda – se tornasse um destino. Tudo mudou imensas vezes mas, ao longo de todas as mudanças, o espírito de equipa nunca esmoreceu.

Às vezes aparecem-me nas memórias do Facebook as capas do i e eu, que sou dada a nostalgias, fico ali parada a olhar e a pensar no arrojo de fazer capas assim.

Mas i num instante tudo muda. De diário o i passou a semanário e agora vai tornar-se uma peça importante no semanário Sol. Desejo a todos os envolvidos no processo – em particular ao Vítor, à Sónia e ao Zé, de quem tenho muitas saudades – as maiores felicidades.

Ex-diretora-adjunta