54.700 palestinianos, 1706 israelitas


Suspeito que só quando tiver arrasado completamente a Faixa de Gaza e coberto o chão com uma camada de sal para que nada mais ali nasça Benjamin Netanyahu ficará satisfeito.


Só mesmo os mais extremistas – se fosse futebol, falaríamos de ‘clubite aguda’ – podem nesta altura não estar ainda completamente convencidos de que aquilo a que assistimos na Faixa de Gaza é um massacre. A desproporção de forças está espelhada nos números. Das 56.000 mil pessoas que se estima terem perdido a vida no conflito até ao momento, 54.700 são palestinianos e 1.706 israelitas.

Talvez apenas uma pessoa tivesse realmente poder suficiente para pôr fim ao massacre, mas diz-se que há demasiado dinheiro judeu na América para que o Presidente norte-americano (fosse ele Trump ou outro) queira fazer frente aos interesses israelitas. Além disso, a indústria militar dos EUA_deve estar a lucrar loucamente. Suponho que seja uma boa altura para investir em ações das grandes empresas de defesa.

Quanto a outros protagonistas, políticos e não só, são um pouco como o Papa ou como Guterres: podem apelar ao fim da guerra as vezes que quiserem – e não duvido que tenham a melhor das intenções. Mas quais as reais consequências dos seus discursos? A verdade é que não riscam muito.

Suspeito que só quando tiver arrasado completamente a Faixa de Gaza e coberto o chão com uma camada de sal para que nada mais ali nasça Benjamin Netanyahu ficará satisfeito.

Tanto quanto podemos descortinar, o Hamas cometeu, além de um crime imperdoável, um erro tremendo com os atentados de 7 de outubro de 2023. A sua liderança foi decapitada, o povo palestiniano dizimado e está mesmo em vias de de perder tudo. Só deu um pretexto a Netanyahu para avançar o seu rolo compressor. Em suma, julgavam que estavam a obter a vingança do inimigo odiado e afinal só estavam a cavar a sua própria sepultura.

P.S.:_Duas notas sobre política nacional. O líder da Iniciativa Liberal demitiu-se, acusando talvez algum desgaste da guerrilha que a oposição interna lhe moveu desde o primeiro minuto. Do que se viu nas campanhas, é sério e competente, teria sido uma mais-valia para um Governo. Mas a IL quer que tudo aconteça demasiado rápido, e a paciência também é uma virtude.

Noutro plano, os dados mais recentes apontam para uma desaceleração do crescimento, para a derrapagem das contas e o regresso dos défices. A dívida já está outra vez em máximos. É preciso muito atenção para não voltar aos dramas de antigamente. A esse propósito, José Sócrates deu uma interessante entrevista ao Expresso em que mostrou, além do ódio a António Costa, que o seu instinto político se mantém vivo. Mas retive o momento em que o antigo primeiro-ministro defendeu que o que importa é aumentar os salários. “O salário tem de subir no nosso país e através do salário virá tudo”. Recordamo-nos que foi essa a fórmula usada em 2009 (que por acaso foi ano de eleições), quando Sócrates deu à Função Pública os maiores aumentos desde 2001. E depois, de facto, veio tudo. Até a troika.

54.700 palestinianos, 1706 israelitas


Suspeito que só quando tiver arrasado completamente a Faixa de Gaza e coberto o chão com uma camada de sal para que nada mais ali nasça Benjamin Netanyahu ficará satisfeito.


Só mesmo os mais extremistas – se fosse futebol, falaríamos de ‘clubite aguda’ – podem nesta altura não estar ainda completamente convencidos de que aquilo a que assistimos na Faixa de Gaza é um massacre. A desproporção de forças está espelhada nos números. Das 56.000 mil pessoas que se estima terem perdido a vida no conflito até ao momento, 54.700 são palestinianos e 1.706 israelitas.

Talvez apenas uma pessoa tivesse realmente poder suficiente para pôr fim ao massacre, mas diz-se que há demasiado dinheiro judeu na América para que o Presidente norte-americano (fosse ele Trump ou outro) queira fazer frente aos interesses israelitas. Além disso, a indústria militar dos EUA_deve estar a lucrar loucamente. Suponho que seja uma boa altura para investir em ações das grandes empresas de defesa.

Quanto a outros protagonistas, políticos e não só, são um pouco como o Papa ou como Guterres: podem apelar ao fim da guerra as vezes que quiserem – e não duvido que tenham a melhor das intenções. Mas quais as reais consequências dos seus discursos? A verdade é que não riscam muito.

Suspeito que só quando tiver arrasado completamente a Faixa de Gaza e coberto o chão com uma camada de sal para que nada mais ali nasça Benjamin Netanyahu ficará satisfeito.

Tanto quanto podemos descortinar, o Hamas cometeu, além de um crime imperdoável, um erro tremendo com os atentados de 7 de outubro de 2023. A sua liderança foi decapitada, o povo palestiniano dizimado e está mesmo em vias de de perder tudo. Só deu um pretexto a Netanyahu para avançar o seu rolo compressor. Em suma, julgavam que estavam a obter a vingança do inimigo odiado e afinal só estavam a cavar a sua própria sepultura.

P.S.:_Duas notas sobre política nacional. O líder da Iniciativa Liberal demitiu-se, acusando talvez algum desgaste da guerrilha que a oposição interna lhe moveu desde o primeiro minuto. Do que se viu nas campanhas, é sério e competente, teria sido uma mais-valia para um Governo. Mas a IL quer que tudo aconteça demasiado rápido, e a paciência também é uma virtude.

Noutro plano, os dados mais recentes apontam para uma desaceleração do crescimento, para a derrapagem das contas e o regresso dos défices. A dívida já está outra vez em máximos. É preciso muito atenção para não voltar aos dramas de antigamente. A esse propósito, José Sócrates deu uma interessante entrevista ao Expresso em que mostrou, além do ódio a António Costa, que o seu instinto político se mantém vivo. Mas retive o momento em que o antigo primeiro-ministro defendeu que o que importa é aumentar os salários. “O salário tem de subir no nosso país e através do salário virá tudo”. Recordamo-nos que foi essa a fórmula usada em 2009 (que por acaso foi ano de eleições), quando Sócrates deu à Função Pública os maiores aumentos desde 2001. E depois, de facto, veio tudo. Até a troika.