Emilie Dequenne. A eterna ‘Rosetta’

Emilie Dequenne. A eterna ‘Rosetta’


1981-2025. A artista enfrentava uma doença oncológica rara.


A atriz belga Émilie Dequenne, que sofria de uma forma muito rara de cancro, morreu no domingo, no hospital Gustave Roussy de Villejuif, nos arredores de Paris, aos 43 anos, anunciaram a sua família e o seu agente. Os seus últimos dias foram passados sob cuidados paliativos, revelou a família à agência AFP.

Recorde-se que a artista enfrentava uma doença oncológica, um carcinoma adrenocortical, desde 2023. Segundo os cientistas, a incidência anual desta doença é de 1 a 2 por milhão de habitantes.

Em dezembro,  à TF1 partilhou que estava a lutar contra uma doença cada vez mais agressiva, o que significaria que não viveria «tanto quanto o esperado». «Que batalha mais implacável! E não se escolhe», escreveu no Instagram.

Pela sua interpretação, quando tinha apenas 17 anos, em Rosetta, dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, foi distinguida com o prémio de Melhor Atriz no Festival de Cannes. Na verdade, foi este projeto que a deu a conhecer ao mundo. «Rebelde no ecrã, ela era a própria gentileza na vida, uma vida que terminou escandalosamente cedo, tanto amor que ainda tinha para dar. Lamentamos a sua morte», afirmou Thierry Frémaux, diretor do Lumière e de Cannes à AFP.

Em 2021, Dequenne foi galardoada com um César de Melhor Atriz Secundária pelo papel que interpretou em Amores Infiéis, de Emmanuel Mouret. Participou ainda em filmes como: O Pacto dos Lobos, Au revoir là-haut, Les hommes du feu e Close.

Segundo o jornal francês Le Monde, nascida a 29 de agosto de 1981, cresceu num meio modesto, sabia de onde vinha e lembrava isso: «Recebi uma educação de classe trabalhadora, com respeito por um trabalho bem feito». Além disso, não gostava de «diferenças sociais ou culturais». «Fui criada numa família onde todos eram tratados de forma igual, eram todos reis!», explicou no lançamento do filme Pas son genre, em 2014.

Aos dois anos, já falava como uma adulta. Seis anos mais tarde, a sua mãe colocou-a num curso de representação.

O cinema francófono perdeu assim, cedo demais, «uma atriz talentosa que ainda tinha muito a oferecer», lamentou a ministra da Cultura francesa, Rachida Dati, no X.

Dequenne deixa uma filha, Milla, de 22 anos, e o marido Michel Ferracci.