Os rebeldes do M23 apoiados pelo Ruanda abandonaram as conversações de paz com o governo congolês marcadas para esta semana. O grupo justificou essa decisão devido às sanções impostas pela União Europeia a vários cidadãos ruandeses ligados ao conflito, incluindo os líderes dos rebeldes.
O porta-voz do M23, Lawrence Kanyuka, adiantou que as ofensivas militares levadas a cabo pelo exército do Congo complicaram ainda mais as negociações. Os revoltosos consideraram as conversações «impraticáveis». Apesar disso, o governo do Congo confirmou que estaria disposto a continuar a conversações. Recorde-se que, em dezembro, houve uma tentativa para chegar à paz entre o Congo e o Ruanda, mas foram canceladas depois de o Ruanda ter exigido um diálogo direto entre o Congo e o M23, o que foi rejeitado pelo Congo.
O conflito no leste do Congo agravou-se no final de janeiro, quando o M23, apoiado por 4 mil soldados ruandeses, tomou as cidades de Goma e Bukavu no leste do país, e ameaçaram avançar até à capital do Congo, Kinshasa. Este grupo rebelde é um dos muitos grupos armados da região que lutam pelos recursos minerais e contribuiu para uma das piores crises humanitárias do mundo, com mais de sete milhões de deslocados.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU está a investigar alegadas atrocidades cometidas por ambos os lados, incluindo violações e execuções sumárias durante o conflito. Entretanto, o Ruanda cortou relações diplomáticas com a Bélgica, acusando-a de desestabilizar o país ao suspender a ajuda económica.