As barragens do Algarve estão em média a 79% da sua capacidade total de armazenamento, depois das últimas chuvas. Segundo o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente”, o valor significa “quase três anos de consumo” da região.
“Esta situação permite-nos trabalhar com alguma tranquilidade na execução dos projetos em curso para dar maior resiliência à região”, disse Pimenta Machado, lembrando que os números ainda não tomam em conta a passagem esta semana da depressão Martinho, que provocou “mais vento do que chuva”.
O responsável da APA sublinhou a necessidade de nos próximos anos a região se manter focada em executar os projetos já em curso, como combater as perdas de água na atual rede de distribuição ou acelerar o processo de passar a usar a água das ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais) para regar os campos de golfe e os jardins.
“Isto é uma questão fundamental. Não faz sentido usar a água que nós temos para regar golfe, nem jardins”, insistiu Pimenta Machado, citado pela agência Lusa.
O presidente da APA também referiu os projetos em curso de reforço do armazenamento de água, como o da construção da central de dessalinização no concelho de Albufeira e a obra de captação de água no Pomarão, no concelho de Mértola (Alentejo). A construção de uma conduta até à albufeira de Odeleite, no concelho de Castro Marim (Algarve) é outra dos empreendimentos referidos.
Quanto ao Barlavento (oeste) algarvio, está a ser estudada uma ligação, via Santa Clara, no Alentejo, “para dar uma maior resiliência” a esse lado do Algarve. Outros projetos em curso incluem o estudo da eventual construção da barragem de Alportel ou do projeto para a nova barragem de Foupana.
“O Algarve neste momento está muito mais tranquilo, mas é neste momento em que está mais tranquilo que temos de tomar boas decisões para nos prepararmos para os anos futuros”, disse o presidente da APA.
Pimenta Machado referiu que o Algarve armazenou nos últimos meses mais 200 hectómetros cúbicos de água em comparação com o ano passado, tendo agora reservas para “quase três anos”.