Tráfico “altamente organizado” de cocaína é uma preocupação da PJ

Tráfico “altamente organizado” de cocaína é uma preocupação da PJ


O diretor da UNCTE precisou que, nos “últimos anos”, as organizações criminosas têm usado contentores marítimos destinados aos portos europeus, incluindo portugueses, para transportar grandes quantidades de droga


A Polícia Judiciária (PJ) admitiu esta quarta-feira que está preocupada com o tráfico “altamente organizado” de cocaína em Portugal. A polícia adianta que têm sido tomadas medidas para reforçar a segurança nos portos nacionais, sem especificar quais.

“Estamos a falar de tráfico altamente organizado, de organizações que poderemos considerar verdadeiras multinacionais do crime, que possuem muitos recursos económicos e que, muitas vezes e sempre que é possível, procuram infiltrar-se em setores estratégicos”, afirmou o diretor da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da PJ

Artur Vaz, durante a apresentação do Relatório Anual de 2024 de Combate ao Tráfico de Estupefacientes em Portugal, lembrou ainda que este fenómeno surge habitualmente associado a branqueamento de capitais e crime violento.

“Não desvalorizando todas as outras áreas, […] este tráfico de cocaína gera bastante preocupação”, afirmou, citado pela agência Lusa, na sede da PJ, em Lisboa.

O diretor da UNCTE precisou que, nos “últimos anos”, as organizações criminosas têm usado contentores marítimos destinados aos portos europeus, incluindo portugueses, para transportar grandes quantidades de droga.

“É uma situação que nos preocupa. Têm vindo a ser desenvolvidos diferentes esforços no sentido de, naturalmente, reforçar aquilo que é a segurança nos portos. Temo-lo feito em articulação com todas as autoridades nacionais e também internacionais”, frisou Artur Vaz.

Segundo o relatório divulgado esta quarta-feira, em 2024 as autoridades portuguesas apreenderam cerca de 23 toneladas de cocaína, o valor mais elevado desde 2006, tendo sido detidas no ano passado 1.553 pessoas relacionadas com o tráfico desta droga.

O documento, elaborado pela UNCTE, reúne dados da PJ, da GNR, da PSP, da AT, da Polícia Marítima e da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.